Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Diálogo com Maduro é 'farsa', diz opositora

Setores estudantis e antichavistas recusam negociar com presidente da Venezuela, que promoveu encontro anteontem

Maduro nega pedidos da oposição e marca nova reunião para 3ª; opositor é condenado a um ano de prisão

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Setores do movimento estudantil e da oposição da Venezuela criticaram a reunião entre o presidente do país, Nicolás Maduro, e grupos opositores no Palácio de Miraflores --iniciado na noite de anteontem, o encontro durou quase seis horas e se estendeu pela madrugada de ontem.

Políticos como a oposicionista radical María Corina Machado, deputada cassada em março pelos governistas no Parlamento, e o prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, classificaram a reunião --da qual não participaram-- de "farsa".

"Não é um diálogo: chamemos as coisas pelo seu nome. É um debate televisionado em condições absolutamente injustas", declarou Corina, que condicionou sua participação à libertação de opositores.

"Se acreditavam que com essa farsa de diálogo enganariam a comunidade internacional, estão equivocados. E esse engano nos dá mais razões para continuar nas ruas", disse a ex-deputada.

O prefeito Ledezma anunciou para hoje novas manifestações contra Maduro. Ele, Corina e o ex-prefeito de Chacao Leopoldo López, preso desde 18 de fevereiro, estão entre os principais líderes dos atos pela saída do presidente, cujo mandato vai até 2019.

Outro opositor, o ex-prefeito de San Cristóbal Daniel Ceballos, detido desde 19 de março acusado de "instigar a violência", foi condenado ontem pelo Tribunal Supremo de Justiça a um ano de prisão.

A líder estudantil Hilda Rubí afirmou que as manifestações prosseguirão na Semana Santa e enquanto os estudantes detidos não forem libertados. Ainda ontem, o Ministério Público venezuelano elevou a 41 o total de mortos em conflitos desde o início dos protestos, em fevereiro.

NOVA CONVERSA

Maduro convocou para terça nova reunião com oposicionistas, da qual deve participar o chanceler brasileiro, Luiz Fernando Figueiredo. O presidente defendeu um encontro "só para ver o plano de pacificação" e disse estar aberto à sugestão da oposição de combinar sessões de negociação públicas e privadas.

Com 22 oradores de governo e oposição escalados para falar, além do presidente, a reunião de anteontem foi a primeira com as presenças de Maduro e Henrique Capriles, governador de Miranda, desde a derrota do segundo no pleito presidencial de 2013.

Em meio a uma longa lista de recriminações e críticas entre as partes, o presidente rejeitou as principais propostas da oposição --anistia de presos e desarme das milícias chavistas, os "coletivos".

Sobre a anistia, Maduro alegou que "há tempo para a justiça e para o perdão, e agora é tempo de justiça". O presidente também pediu "respeito" aos coletivos, presentes à reunião de anteontem.

Um dos últimos a falar no encontro, Capriles afirmou que a Venezuela estava paralisada por crise econômica, violência e polarização política. "Não queremos golpe de Estado. Não queremos uma explosão nas ruas. Ou a situação muda ou explode --e eu espero que mude, porque não desejo a violência", disse.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página