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Francisco pede desculpas por abuso sexual na igreja

Papa diz que Vaticano deve ser duro ao punir padres acusados de pedofilia

Ativistas o criticam por não ter anunciado ações concretas; em 2008, Bento 16 também pediu perdão para as vítimas

DE SÃO PAULO DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O papa Francisco pediu desculpas ontem às vítimas de abusos sexuais cometidos por padres, na declaração mais forte sobre o assunto desde que foi escolhido para comandar a Igreja Católica, em março de 2013.

O pontífice era cobrado pela Comissão da ONU para Direitos da Criança e por entidades que defendem vítimas de pedofilia para tomar uma posição mais dura.

"Sinto-me impelido a me responsabilizar de todo o mal que fizeram alguns padres --bastantes em número, mas não em comparação com a totalidade-- e pedir perdão pelo dano que fizeram com os abusos sexuais às crianças", afirmou Francisco.

A declaração foi feita em encontro com o Escritório Internacional Católico para a Infância (Bice, sigla em francês), ONG francesa que defende os direitos da criança. Francisco também defendeu sanções aos responsáveis.

"Não voltaremos atrás no tratamento desses problemas e nas sanções que devemos impor. Muito pelo contrário: devemos ser muito fortes. Não se pode mexer com crianças".

Esta é a primeira vez que Francisco pede desculpas pelo escândalo. Em março, ele foi criticado por dizer que a Igreja Católica talvez fosse a única instituição que resolveu os casos "com transparência e responsabilidade".

"Ninguém fez mais e, mesmo assim, a Igreja é a única que foi atacada", disse o pontífice, em declarações publicadas no jornal italiano "Corriere della Sera". Dois meses antes, afirmara que os escândalos na Igreja Católica eram vergonhosos, mas sem citar diretamente a pedofilia.

Francisco não foi o primeiro papa a se desculpar por essa questão. Em 2008, Bento 16 se encontrou com vítimas de abuso sexual e, meses depois, pediu perdão a elas durante a Jornada Mundial da Juventude, na Austrália.

INICIATIVAS

Desde o início de seu pontificado, Francisco fez mudanças na lei do Vaticano para aumentar punições contra abuso sexual. Em dezembro, anunciou a criação de um comitê para combater a prática.

Os membros da comissão foram escolhidos em março. Entre eles está a ativista Marie Collins, 66, abusada sexualmente por um padre quando criança, na Irlanda.

Mesmo assim, a atuação de Francisco desperta críticas. Para o fundador do site Bishop Accountability, Terry McKiernan, o papa precisa tomar ações mais concretas.

"A melhor coisa que ele poderia ter feito hoje era ter anunciado que está começando a expulsar os bispos que agiram de forma criminosa ao manter padres que representam perigo às crianças".


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