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Capitão de navio é preso, acusado de negligência
Justiça decreta prisão de Lee Jun-seok e de dois membros da tripulação
Promotoria sul-coreana afirma que comandante não estava na cabine de controle no momento em que acidente ocorreu
A justiça sul-coreana decretou ontem a prisão do capitão e de outros dois membros da tripulação do navio Sewol, que naufragou na manhã de quarta-feira (horário local) no mar de Jindo, na Coreia do Sul. Os acusados estão presos por negligência e abandono da embarcação, de acordo com a agência estatal sul-coreana Yonhap.
Investigações apontam que o comandante, Lee Jun-seok, 69, não estava na cabine de controle no instante em que o naufrágio começou --um membro de terceiro escalão o substituía.
"Não está claro onde o capitão estava no momento exato do acidente, mas é certo que ele não estava na cabine de comando", afirmou o promotor Jae Eok-park.
Lee também foi acusado por um membro da tripulação, Oh Yong-seok, de ter demorado a esvaziar o navio. Em vez disso, orientou os passageiros a vestir coletes salva-vidas e a permanecer embarcados. A ordem para sair veio 30 minutos depois, mas é possível que ela não tenha sido transmitida pelos alto-falantes da embarcação.
A Promotoria sul-coreana também acredita que tanto o capitão quanto os outros dois acusados infringiram a lei ao deixar o barco no início do resgate, sem levar em conta a segurança da maioria dos 475 passageiros a bordo --o que viola as regras internacionais marítimas.
Até o fechamento desta edição, 29 passageiros haviam morrido e pelo menos 270 continuavam desaparecidos. Outros 179 foram resgatados por barcos que passavam na região.
Equipes de resgate enfrentam dificuldades para entrar no navio, quase completamente submerso, devido à forte correnteza e ao fato de a água ser muito escura.
O navio, que partiu do porto de Incheon, a 43 km da capital, Seul, com destino a Jeju, uma ilha turística no extremo sul do país, naufragou a 20 km da costa sul-coreana. As causas do acidente não foram confirmadas.
Kang Min-kyu, 52, vice-diretor da escola de ensino médio Ansan Danwon, que acompanhava cerca de 300 estudantes a bordo do navio, foi encontrado morto, ontem, pendurado pelo pescoço.
De acordo com a BBC, ele foi um dos primeiros sobreviventes a serem resgatados. Segundo a polícia, ele aparentemente se enforcou com um cinto preso a um galho de uma árvore, porque estaria se sentindo de alguma forma responsável pela tragédia.
