Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Crimeia vive rotina de caos após anexação da Rússia

NEIL MACFARQUHAR DO "NEW YORK TIMES", EM SIMFEROPOL

Depois que a Rússia anexou a Crimeia praticamente do dia para a noite, os burocratas russos que cuidam dos passaportes e licenças de residência passaram a ocupar o mesmo edifício usado pelos antecessores ucranianos em Simferopol, capital da península. Diante dele, Roman Nikolaiev espera a cada dia pela resposta a uma pergunta aparentemente banal.

Sua filha e neta haviam acabado de chegar da Ucrânia quando, de repente, se viram em um país diferente, e ele quer saber se elas podem se tornar residentes legais. Mas não consegue entrar no edifício para obter uma resposta porque tem a senha nº 4.475 na lista de espera.

"Antes tínhamos um país bastante organizado, a vida era fácil", diz Nikolaiev.

Hoje, poucas instituições funcionam normalmente na Crimeia. A maioria dos bancos está fechada. Os cartórios de registro de imóveis também. Os casos judiciais foram adiados indefinidamente. As importações de comida estão desorganizadas. Algumas empresas estrangeiras, como o McDonald's, fecharam.

Outras mudanças são mais sinistras: "unidades de autodefesa", que não contam com nenhuma autorização oficial, fazem inspeções repentinas em estações de trem.

Os moradores da Crimeia se veem necessitados de coisas novas a cada dia --carteiras de habilitação, seguros e receitas médicas, passaportes e fichas escolares. Os russos que chegaram em busca de oportunidades estão igualmente frustrados.

"PREGUIÇOSOS"

O governo da Crimeia desconsidera todas as dúvidas e queixas. "Besteira!", diz Yelena Yurchenko, ministra do Turismo e Lazer e filha de um almirante russo que escolheu a Crimeia como moradia ao se reformar. Essas são "questões pequenas que podem ser resolvidas à medida que aparecerem", afirma. "Elas podem resultar em tensão para as pessoas preguiçosas, que não querem progredir."

O governo russo, que anunciou planos para tornar a região um polo de cassinos, estabeleceu um prazo oficial até 1º de janeiro de 2015 para a transição.

O custo inicial alocado a "todos os programas da Crimeia" neste ano será de US$ 2,85 bilhões, mas, dadas as promessas do Kremlin quanto a tudo, de infraestrutura a dobrar as aposentadorias, o gasto final da anexação deve ser muito mais alto que isso.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página