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Ucrânia mata 5, e Rússia mobiliza tropas
Segundo Kiev, vítimas eram militantes pró-Moscou que enfrentaram militares ucranianos na região de Slaviansk
Em resposta, Moscou aumenta exercícios militares na fronteira e acirra tensão após fim de acordo de cessar-fogo
A tensão no leste da Ucrânia aumentou ontem após autoridades regionais anunciarem a morte de cinco membros de um movimento separatista pró-Rússia. Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, decidiu intensificar os exercícios militares na fronteira entre os dois países.
Segundo o governo ucraniano, os militantes foram mortos em confronto na região de Slaviansk, um dos principais focos da crise das últimas semanas.
O Ministério do Interior informou ainda que as forças de Kiev destruíram três postos de controle instalados pelos separatistas.
A ação ocorre logo depois de o presidente interino Oleksander Turchinov ter anunciado o fim da trégua estabelecida em Genebra na semana passada e a retomada de uma operação batizada de "antiterrorista".
A decisão foi tomada após a morte de um político aliado --causada, segundo o governo, pelas forças pró-Moscou.
Putin afirmou, em tom de ameaça, que a atitude de Kiev é "criminosa".
Coube ao ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, anunciar o aumento dos movimentos militares na fronteira com a Ucrânia: "Nós somos forçados a reagir".
A Ucrânia deu, então, um prazo de 48 horas para que Moscou explique que tipo de movimento será feito.
Ao todo, haveria pelo menos 40 mil soldados russos na região, o que tem sido apontado por potências ocidentais como prova de que Putin tem interesse em desmembrar o leste do país, ainda mais depois da recente anexação da península da Crimeia, no mês passado.
Em viagem ao Japão, o presidente americano, Barack Obama, acusou Putin de quebrar o acordo celebrado em Genebra.
"Continuamos vendo homens armados tomando o poder de prédios. Nós estamos preparados para aplicar mais sanções, mas há sempre a possibilidade de a Rússia reverter sua atitude."
No encontro na Suíça, líderes de EUA, Rússia, Ucrânia e União Europeia anunciaram várias medidas, como o desarmamento dos grupos ilegais que agem no leste e um processo de reforma constitucional que daria mais autonomia à região.
Em meio à tensão, a Ucrânia irá às urnas para escolher seu novo presidente no dia 25 de maio.