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Turista dos EUA é preso por norte-coreanos
Anúncio coincide com visita de Obama a Seul
Um turista americano que disse estar procurando "abrigo" na Coreia do Norte foi detido lá, mais de duas semanas atrás, e enfrenta acusações de "violação grave da ordem legal" do país.
O anúncio foi feito pela agência oficial de notícias norte-coreana, ontem, horas depois de o presidente dos EUA, Barack Obama, ter realizado uma reunião de cúpula com sua colega sul-coreana, a presidente Park Geun-hye, em Seul.
No encontro, os líderes alertaram sobre a possibilidade de impor mais sanções à Coreia do Norte, em meio a sinais de que os norte-coreanos podem estar preparando um quarto teste nuclear. Obama e Park também concordaram em pressionar a Coreia do Norte quanto a violações dos direitos humanos.
Conforme Pyongyang, Miller Matthew Todd, 24, foi detido por "comportamento imprudente" ainda na alfândega, em 10 de abril. Ele, ainda conforme o regime norte-coreano, rasgou seu visto de turista, gritando haver ingressado no país depois de "escolhê-lo como abrigo".
Não está claro se os norte-coreanos estavam informando o nome do turista como se faz na Coreia do Norte, ou seja, com sobrenome primeiro.
O país muitas vezes retarda o anúncio de detenções, e é possível que a divulgação da notícia tenha acontecido de forma a que ela coincidisse com a viagem de Obama.
PRESO
Se confirmada, a detenção de mais um americano complica ainda mais os esforços de Washington para tratar das crescentes ambições nucleares sul-coreanas.
A Coreia do Norte já mantém preso o missionário Kenneth Bae, um americano de origem coreana capturado em 2012 e sentenciado a 15 anos de trabalhos forçados sob a acusação de ter usado a religião para solapar o regime da Coreia do Norte.
O país rejeitou ofertas de Robert King, o enviado especial de Washington para questões de direitos humanos na Coreia do Norte, para discutir a libertação de Bae.
Outro americano que chegou à Coreia do Norte com visto de turismo, Merrill Newman, 85, foi libertado no ano passado após mais de um mês de cativeiro. Os norte-coreanos o acusavam de ter ajudado a treinar guerrilheiros na Guerra da Coreia.