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Economia peruana se destaca dentro da América Latina

PIB deve ter aumento de 5,5% neste ano; mineração puxa bom momento, que se reflete na capital, Lima

Desaceleração chinesa traz desafio para país se manter em alta; novos setores, como culinária, começam a despontar

DA ENVIADA AO PERU

Encravado na montanha que molda a "rambla" à beira-mar no sofisticado bairro de Miraflores, em Lima, está o shopping Larcomar. Turistas compram roupas de grife feitas de pele de alpaca, sentam-se para comer nas filiais das franquias de chefs peruanos renomados e entram e saem de boates.

No "malecón", pessoas fazem jogging usando iPods, como em Manhattan. O trânsito está infernal, infestado de carros novos, enquanto modernos apartamentos e lofts são erguidos na avenida que mira o Pacífico.

Lima é o reflexo do Peru que lidera as estimativas de crescimento dos países latino-americanos em 2014. Segundo relatório do FMI do mês passado, o país deve crescer 5,5% neste ano, mais que Brasil, México e Argentina. Desde que começou o "boom" das "commodities" devido ao crescimento chinês, o Peru atingiu taxas de crescimento altíssimas, chegando à casa dos 9%. Seus principais produtos de exportação provêm da atividade mineradora.

Agora, o cenário é diferente. Com a perspectiva da desaceleração chinesa, o país enfrenta o desafio de ter de diversificar suas exportações e fazer um investimento no parque industrial local.

"Por enquanto, estamos bem porque vendemos pedras, basicamente, mas precisamos sair desse ciclo", diz o economista e ex-presidente da Petroperu Humberto Campodónico.

Com as sombras baixando sobre o casal presidencial, o ministro da Economia, Luis Miguel Castilla, se transformou no nome do governo.

Desde 2011, ele teceu uma sólida aliança com os empresários, deteve projetos de nacionalização e liderou uma exitosa campanha para atrair investidores internacionais, principalmente espanhóis e chineses, para o setor de mineração (cobre, zinco, prata e ouro) e obras de infra-estrutura. Em dez anos, investimentos estrangeiros diretos no Peru cresceram dez vezes.

O analista político Carlos Meléndez define assim a atuação de Castilla: "Seu poder se baseia em sua legitimidade tecnocrática e no fato de ser quem gera confiança no empresariado, o que traz legitimidade ao governo."

Economistas e analistas ouvidos pela Folha concordam que a estratégia de atrair investimento estrangeiro está sendo positiva, mas que é preciso focar esses rendimentos em estímulo à produção industrial.

Um dos esforços que o governo vem fazendo é no sentido de regularizar a atividade mineradora, foco de conflitos nos últimos meses.

A regulamentação do trabalho de mineiros ilegais é vista regionalmente como uma tentativa de fortalecer as corporações internacionais. Bloqueios de rodovias, greves e protestos têm sido comuns na região andina.

Outro problema que o governo enfrenta é o enorme mercado de trabalho informal, que chega a 70% da força de trabalho.

Correndo por fora, uma das áreas em que o Peru vem se destacando é a gastronomia. O "boom" da cozinha local começou por volta de dez anos atrás e hoje responde a 3% do PIB.

Só Lima recebe 75 mil turistas interessados em visitar restaurantes estrelados da cidade, e franquias dos principais chefs estão em diversas capitais latino-americanas e europeias. (SYLVIA COLOMBO)


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