Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Palestinos reconhecerão Israel, diz Abbas

Presidente da ANP diz que acordo de unidade com Hamas não revoga status de vizinho nem inviabiliza diálogo

Reconciliação entre líderes dos territórios palestinos levou Israel a congelar oficialmente as negociações de paz

DIOGO BERCITO ENVIADO ESPECIAL A RAMALLAH (CISJORDÂNIA)

Apesar das condenações do governo israelense, que suspendeu na quinta-feira as negociações de paz, a liderança palestina irá levar adiante o acordo para unificar suas facções Fatah e Hamas, disse ontem Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina.

O governo tecnocrata que ele planeja formar, nas próximas semanas, irá, porém, reconhecer o Estado de Israel e condenar a luta armada. "Ninguém poderá dizer que é uma gestão de terroristas."

Abbas falava diante de dezenas de líderes seniores da Organização para a Libertação da Palestina, em seu complexo presidencial na cidade de Ramallah, na Cisjordânia.

Em um longo discurso acompanhado pela reportagem da Folha, o presidente afirmou também que está disposto a seguir adiante com as negociações de paz -desde que Israel liberte 30 prisioneiros palestinos, como fora anteriormente acordado.

As negociações de paz entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina foram iniciadas no ano passado, após pressão diplomática americana. À época, foi estabelecido que Israel libertaria prisioneiros palestinos e, em troca, o presidente Abbas não pediria o ingresso em organizações internacionais.

Os presos foram libertados ao longo dos meses em três etapas. Chegada a última fase, no final de março, Israel recusou-se à soltura -e Abbas inscreveu a Autoridade Nacional Palestina em 15 acordos internacionais.

Para maior desgosto do governo israelense, Abbas firmou também, na semana passada, um acordo de reunificação com a facção Hamas, que Israel considera como sendo terrorista.

Em resposta, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, se disse surpreendido pelo gesto e congelou as negociações.

"Eles sempre dizem que estão surpresos", provocou ontem Abbas durante discurso, em tom jocoso. "Mas a delegação [representando o Fatah diante do Hamas] viajou a Gaza com autorização israelense, pela fronteira. Como foram surpreendidos?"

DIVERGÊNCIA

As críticas de Israel se devem, em parte, à afirmação de que o Hamas não reconhece o Estado israelense, ao contrário da liderança de Abbas. Segundo o presidente, um governo de unidade -mesmo com o Hamas em suas fileiras- manteria firme o reconhecimento.

Fatah e Hamas estão divididos após um violento conflito em 2007 que resultou em um abismo político. Hoje Fatah governa a Cisjordânia enquanto o Hamas tem o poder dentro da faixa de Gaza.

Respondendo às críticas do governo israelense, que desaprova a aproximação entre as facções palestinas, Abbas citou acordos anteriores entre Israel e Hamas -por exemplo, na libertação do soldado israelense Gilad Shalit. "Israel fez acordos com o Hamas, por que eu não posso?", perguntou-se.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página