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Eleição síria terá dois candidatos contra Assad
Pleito é considerado farsa pelos opositores
O ditador sírio Bashar al-Assad vai enfrentar dois candidatos na eleição de 3 de junho, anunciou ontem em Damasco o porta-voz do tribunal constitucional.
Maher al-Hajjar é originário de Aleppo --principal cidade do norte, hoje dividida entre rebeldes e forças do regime. É um deputado independente que por muito tempo foi integrante do Partido Comunista.
Empresário de Damasco, Hassan al-Nouri foi membro de uma formação opositora do interior, tolerada pelo poder central. É formado em administração pela Universidade do Wisconsin, nos EUA.
Segundo o porta-voz do tribunal, as outras 21 candidaturas foram recusadas porque não "respeitam os critérios constitucionais e legais".
Com o país devastado por um conflito que já dura três anos, o pleito será realizado apenas nos territórios controlados pelo regime e já foi chamado de farsa pela oposição e pelos países ocidentais.
Esta será, teoricamente, a primeira eleição presidencial na Síria em mais de meio século. Assad e seu pai Hafez, que governou com mão de ferro de 1971 a 2000, foram eleitos em referendos.
As Nações Unidas criticaram a decisão de Damasco de realizar a eleição.
De acordo com Stéphane Dujarric, um porta-voz da organização, "uma eleição como esta é incompatível com a Carta de Genebra", documento que aponta caminhos para uma transição democrática na Síria.