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Terrorista afirma vender meninas 'por Alá'

Em vídeo, homem que se diz líder do Boko Haram assume sequestro de mais de 200 adolescentes no norte da Nigéria

Organização, que deseja fundar Estado islâmico no país, já teria matado mais de 3.000; ativista acusa primeira-dama

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os extremistas islâmicos do grupo Boko Haram reivindicaram ontem o sequestro de 276 meninas de Chibok, no norte da Nigéria, ocorrido no dia 14 de abril. Em vídeo, o movimento prometeu tratar as adolescentes como escravas, vendê-las em países vizinhos e forçá-las a casar.

A mensagem foi lida por um homem que se identificou como Abubakar Shekau, líder do grupo radical. "Eu capturei suas meninas. Nós vamos vendê-las no mercado, por Alá. Alá diz que eu devo vendê-las. Ele me ordenou que as venda. Vou vender mulheres. Eu vendo mulheres".

No vídeo, ele aparece usando uniforme militar e de pé diante de um veículo blindado e duas camionetes com metralhadoras.

"Eu disse que a educação ocidental deve parar. Vocês, meninas, devem deixar a escola e se casar", acrescentou Shekau, que indicou manter as jovens como "escravas".

O Boko Haram prega o fim da educação para mulheres e quer fundar um Estado islâmico no norte nigeriano.

O grupo extremista faz uso de uma interpretação controversa e marginal do Alcorão, rejeitada pela maioria dos muçulmanos.

Estima-se que desde o início da sua atuação, em 2009, a organização já tenha deixado mais de 3.000 mortos em ataques contra escolas, igrejas, mesquitas e símbolos do Estado nigeriano.

A ameaça foi feita dias depois de a imprensa nigeriana afirmar que algumas das estudantes sequestradas teriam sido vendidas como esposas em mercados na fronteira com o Chade e Camarões, a US$ 12 (R$ 26). Das 276 adolescentes capturadas, só 43 conseguiram fugir do cativeiro e voltar para suas casas.

As meninas sequestradas têm de 16 a 18 anos. Segundo testemunhas ouvidas pelo jornal britânico "Guardian", a ação pode ter tido a ajuda de infiltrados do Boko Haram no Exército, permitindo uma brecha na segurança, e poderia se repetir mais vezes.

GOVERNO ACUSADO

Desde o início do sequestro, parentes das vítimas criticam o governo do presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, pelo que veem como falta de apoio para encontrar as meninas. Na semana passada, eles começaram a protestar, recebendo a adesão de outros milhares de pessoas.

Entre as principais organizadoras dos atos estão Naomi Mutah e Saratu Angus Ndirpaya, que não são mães de vítimas. Ontem, Ndirpaya disse que agentes do Serviço Secreto nigeriano prenderam Mutah a pedido da primeira-dama, Patience Jonathan.

Segundo a ativista, as duas foram a uma reunião convocada pela mulher do presidente em Abuja, a capital nigeriana, para conversar sobre o sequestro das adolescentes pelo Boko Haram.

Depois do encontro, disse Ndirpaya, as duas ativistas foram levadas a uma delegacia, e Mutah foi presa. Nem o governo nigeriano nem a polícia confirmaram a prisão.

A ativista diz que a primeira-dama teria se sentido insultada por não ter recebido nenhuma mãe das vítimas.

Na versão de Ndirpaya, Patience teria acusado as duas de terem inventado o sequestro das adolescentes, para prejudicar a imagem do país e de seu marido no exterior.


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