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Monica Lewinsky ressurge e se diz arrependida de relação com Clinton

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

"É hora de queimar a boina e enterrar o vestido azul", decreta Monica Lewinsky, a ex-estagiária da Casa Branca com quem, no fim dos anos 90, o então presidente Bill Clinton assumiu ter mantido uma "relação inapropriada".

Em depoimento escrito à revista "Vanity Fair", Lewinsky se refere ao vestido manchado de sêmen de Clinton que serviu como evidência no processo de impeachment contra ele e à boina que virou sua marca registrada.

"Eu me arrependo profundamente do que aconteceu entre mim e o presidente Clinton", escreveu a ex-estagiária, hoje com 40 anos.

Segundo ela, a razão de vir a público agora é sua determinação de dar um final diferente para a sua história. "Decidi, finalmente, levantar a cabeça para que eu possa retomar a minha narrativa e dar um fim ao meu passado. O que isso vai me custar logo vou descobrir."

No texto, Lewinsky conta que, nos dois anos que se seguiram ao escândalo, pensou em se suicidar.

Ela fez questão de reforçar que toda a relação com Clinton foi consentida. "É claro: meu chefe se aproveitou de mim, mas eu sempre vou sustentar este ponto: foi uma relação consensual. Qualquer abuso' veio na sequência, quando me tornei um bode expiatório, a fim de proteger a sua posição poderosa", afirma.

A ex-estagiária diz ainda ser reconhecida na rua e conta ter tido problemas para arranjar emprego.

FALSO TESTEMUNHO

Lewinsky trabalhou como estagiária na Casa Branca entre 1995 e 1996 e, segundo depoimento dado em 1998, ela e Clinton se encontraram, pelo menos dez vezes a maioria delas no Salão Oval da Casa Branca.

Ela admitiu ter feito sexo oral nele. Clinton, contudo, negou em depoimento ter tido "relações sexuais" com ela. O ex-presidente foi acusado de falso testemunho e sofreu processo de impeachment, aprovado pela Câmara, mas derrotado no Senado.