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Justiça destitui premiê da Tailândia e agrava crise
Yingluck Shinawatra era alvo de onda de protestos; nova eleição deve ser em julho
O Tribunal Constitucional da Tailândia destituiu ontem, por abuso de poder, a primeira-ministra Yingluck Shinawatra, em mais um capítulo da instabilidade política que o país vive desde 2006.
Rapidamente, o governo nomeou como chefe de governo interino o ministro do Comércio, Niwattumrong Boonsongpaisan. Antes da decisão, havia um consenso no governo para convocar eleições em 20 de julho.
A corte decidiu que a premiê cometeu uma ilegalidade ao transferir um alto funcionário do governo quando assumiu o poder em 2011. Não cabe recurso.
"Meu governo e eu administramos o país com justiça e honestidade. Nunca cometemos nenhum ato de corrupção ou abusamos de nosso poder", disse Yingluck após ouvir a sentença do tribunal.
Na época, Thawil Pliensri foi transferido do posto de presidente do Conselho de Segurança Nacional e foi substituído pelo chefe da Polícia Nacional, Whichien Podposri --cujo cargo foi ocupado, por sua vez, por Priewpan Damapong, ex-cunhado do irmão de Yingluck.
Um grupo de senadores considerou que a decisão foi tomada para beneficiar o partido governista, o Pheu Thai, e apresentou um recurso.
A política tailandesa está polarizada desde 2006, quando o Exército derrubou o irmão de Yingluck, Thaksin Shinawatra, então premiê. Thaksin tinha forte apelo entre as classes mais pobres, mas era rejeitado pela elite da capital, Bancoc.
Durante os protestos antigoverno que começaram em outubro, morreram ao menos 25 pessoas. Manifestantes ocuparam edifícios, inclusive o escritório da premiê.