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Extremistas exigem trocar garotas por presos

Em novo vídeo, grupo islâmico Boko Haram diz que jovens sequestradas só serão soltas se Nigéria libertar militantes

Governo nigeriano diz que 'estuda todas as opções'; sequestro de mais de 300 estudantes gerou comoção mundial

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os extremistas islâmicos do grupo nigeriano Boko Haram divulgaram ontem um vídeo que supostamente mostra cerca de 100 das mais de 300 estudantes sequestradas desde o dia 15 de abril, num caso que ganhou repercussão mundial nos últimos dias.

No vídeo, armado com um fuzil AK-47, Abubakar Shekau, um dos líderes do grupo extremista, diz que as jovens não serão libertadas enquanto o governo da Nigéria não soltar militantes detidos.

"Juro pelo todo-poderoso Alá que vocês não as verão de novo até libertarem nossa gente que vocês capturaram", afirma o extremista em um discurso de 17 minutos.

"Só porque sequestramos essas garotas, vocês fazem esse barulho? Alá abençoou a maioria delas com a aceitação do islã", continua Shekau, em um reconhecimento da repercussão do sequestro.

O Boko Haram ("a educação ocidental é pecado", na língua hausa) é apontado como responsável por uma série de atentados, cuja frequência se intensificou na Nigéria desde o ano passado.

A intenção alegada dos extremistas, que se opõem à educação de mulheres, é o estabelecimento de um Estado islâmico no norte nigeriano.

As estudantes foram sequestradas em abril em Chibok, nordeste da Nigéria, área que tem uma importante comunidade cristã. Segundo a polícia, 53 delas fugiram, mas 276 seguem desaparecidas.

Em resposta ao vídeo, o governo nigeriano primeiro disse estar "estudando todas as opções". Mais tarde, porém, o ministro do Interior, Abba Moro, declarou que uma "troca não está na mesa".

Não está claro quantos membros do Boko Haram estão em poder das forças da Nigéria.

Países como EUA, Reino Unido, Israel e França já ofereceram auxílio ao governo ou enviaram especialistas.

CONVERTIDAS?

No vídeo --com 27 minutos e qualidade superior aos outros divulgados pelo grupo--, as garotas estão cobertas por longos véus, sentadas no chão a céu aberto, cercadas por árvores e recitando trechos do Alcorão. Não há indícios de onde ele foi filmado.

Com uma expressão amedrontada e triste, duas das adolescentes são questionadas por um homem, cuja imagem não é mostrada no vídeo.

"Por que você se tornou muçulmana?", pergunta o homem a uma delas. "Porque o caminho em que nós estamos não é o correto. Precisamos seguir o caminho certo, para que Alá fique feliz conosco", responde a jovem.

De acordo com as famílias das adolescentes sequestradas, a maioria delas é cristã.

Indagada sobre eventuais maus-tratos, outra das garotas responde que o grupo não tem sofrido com isso e que o único assédio que elas experimentam "é o da justiça".

Um dos líderes civis de Chibok, Pogu Bitrus, declarou à agência Associated Press que as famílias da cidade iriam tentar assistir ao vídeo para identificar suas filhas nele --em Chibok, não há energia elétrica ou acesso à internet.

"Há esperança de que as garotas estejam vivas, tenham sido forçadas a se converter ao islã ou não. Nós queremos ser capazes de dizer essas são as nossas garotas'", afirmou o líder ontem.

O fato de que só 100 das quase 300 sequestradas são vistas no vídeo reforça a suspeita de que elas tenham sido separadas em grupos.


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