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Rússia defende 'respeito' a referendos na Ucrânia
Resultados de votações em Lugansk e Donetsk deram vitória a separatistas
EUA e União Europeia criticam a consulta; europeus anunciam sanções contra pessoas e companhias russas
A Rússia afirmou ontem que "respeita" o resultado dos referendos de independência de domingo no leste da Ucrânia e defendeu o diálogo entre Kiev e as regiões separatistas do país.
Segundo o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, nenhuma conversa vai funcionar "se os opositores do regime não participarem de um diálogo direto para sair da crise".
Moscou disse que só volta à mesa de negociações se representantes de Donetsk e Lugansk participarem dos diálogos.
"Em Moscou, respeitamos a expressão da vontade dos cidadãos das regiões de Donetsk e Lugansk", afirmou o Kremlin em comunicado.
"Partimos do princípio de que a aplicação do resultado dos referendos acontecerá de maneira civilizada, sem mais violência", finalizou a nota.
Na semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, havia pedido que a consulta fosse adiada e defendeu uma solução diplomática.
As votações tiveram vitória dos rebeldes. Em Lugansk, 96% dos eleitores votaram a favor da separação. Já em Donetsk a taxa foi de 89,7%.
Após os resultados, as duas regiões anunciaram a independência, que não foi reconhecida pela Ucrânia. Para Kiev, a consulta é "juridicamente nula".
SANÇÕES
A União Europeia anunciou ontem sanções contra 13 pessoas por ameaçar a soberania da Ucrânia, entre elas um assessor de Putin. Outras duas empresas confiscadas pela Crimeia tiveram os bens congelados.
A UE classificou de "ilegítimas e ilegais" as votações. O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, disse que "os votos no Eurovision [festival de música europeu] foram mais críveis e tiveram mais peso" que esses referendos.
Os EUA também criticaram a votação. "Estamos desapontados que o governo russo não tenha usado sua influência para evitar esses referendos", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
