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Nigéria recusa trocar jovens por rebeldes
Soldados são mortos em emboscada no norte do país, e colegas protestam atirando contra comandante militar
Ante ineficiência do Exército, moradores formam milícia e dizem ter matado membros do grupo Boko Haram
O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, rejeitou trocar prisioneiros do Boko Haram por alunas que foram sequestradas pelo grupo islâmico há um mês, disse o ministro do Reino Unido para a África após uma reunião em Abuja nesta quarta (14).
"Ele deixou bem claro que não haverá negociações com o Boko Haram que envolvam uma troca de alunas sequestradas por presos", afirmou Mark Simmonds em entrevista coletiva.
Nesta terça (13), o governo nigeriano havia dito que considerava todas as opções para libertar as jovens. Segundo o ministro nigeriano de Assuntos Especiais, Taminu Turaki, "a Nigéria sempre esteve aberta ao diálogo com os insurgentes".
O líder do grupo rebelde ofereceu nesta segunda (12) a libertação das mais de 200 alunas sequestradas em Chibok, no estado de Borno, no norte da Nigéria, em troca dos seus prisioneiros.
Equipes dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Israel ofereceram ajuda à Nigéria para localizar as reféns.
Aviões tripulados e drones americanos estão fazendo voos de reconhecimento no país, segundo informou o Pentágono.
CAÇADA
Residentes de uma vila no nordeste do país cercaram dois caminhões com militantes do Boko Haram que planejavam um ataque na região, segundo a agência de notícias Associated Press.
Um oficial de segurança que não quis se identificar confirmou à AP que dez insurgentes foram detidos e vários foram mortos pelos moradores de Kalabalge, também no Estado de Borno, na manhã desta terça (13).
Milícias têm sido formadas no norte para combater o grupo radical. Os moradores da vila dizem que os militares nigerianos não fazem o suficiente para evitar ataques.
Em outro episódio, rebeldes do Boko Haram mataram ao menos quatro soldados nigerianos em uma emboscada noturna próximo a Chibok. Insurgentes também morreram no tiroteio, de acordo com um comunicado lançado ontem pela Defesa do país.
Nesta quarta (14), soldados insatisfeitos dispararam contra um comboio que levava o comandante Ahmadu Mohammed em Maiduguri, capital de Borno, segundo militares.
O comandante é considerado por eles responsável pela morte dos companheiros, já que os soldados não queriam viajar à noite na área dominada pelos rebeldes, mas foram obrigados a fazê-lo.
Segundo o Ministério da Defesa, os soldados mostraram sua raiva atirando para o ar.
O Boko Haram, que é contra a educação ocidental, já matou mais de 1.500 neste ano.