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Kiev volta a negociar federalização do governo
Intenção é estancar tensão causada por separatistas no leste da Ucrânia
Militantes pró-Rússia, porém, não foram chamados para diálogo; empresários contrários à divisão serão ouvidos
O governo interino da Ucrânia iniciou nesta terça (13) um movimento de aproximação com outras lideranças políticas para tentar estancar a crise separatista no leste do país.
Houve uma série de reuniões, mas sem os militantes pró-Rússia, principal lado do impasse que tomou conta do país nas últimas semanas.
"Nós vamos conduzir o diálogo com aqueles que não atiram nem matam nossos cidadãos", disse o premiê ucraniano, Arseni Yatseniuk.
O dirigente afirmou que as negociações buscam aprimorar as propostas de descentralização do poder regional da Ucrânia, atendendo a reivindicações de outros grupos políticos.
O governo interino quer também o apoio de grandes empresários não interessados na divisão do país. Estão sendo ouvidos ainda membros do parlamento e figuras locais estratégicas no cenário político.
O movimento de Kiev conta com o apoio de observadores da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), que devem ficar de prontidão no país pelo menos até o dia 25, quando haverá eleições presidenciais, convocadas em fevereiro após a queda de Viktor Yanukovich, aliado dos russos.
A chamada "federalização" da Ucrânia, provável consequência dessa descentralização de poder, é também um pedido da própria Rússia, a quem Kiev acusa de estar por trás dos movimentos separatistas.
No domingo (11), os ativistas das regiões de Donetsk e Lugansk realizaram um referendo para declarar a separação da Ucrânia, num primeiro passo para se juntar à Rússia --como ocorreu recentemente com a península da Crimeia.
A consulta não foi reconhecida por Kiev nem por EUA e União Europeia.