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Museu do 11 de setembro abre sob polêmica

Espaço em NY no lugar Torres Gêmeas será aberto a familiares das vítimas nesta 5ª, com a presença de Obama

Lugar é discutido desde sua concepção inicial; vídeo sobre islamitas e preço dos ingressos são alvo de críticas recentes

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

A reunião de depoimentos de sobreviventes, objetos pessoais das vítimas e destroços deixados pelos atentados terroristas de 2001 num mesmo local já seriam suficientes para garantir que os detalhes da tragédia que marcou o início deste século não se perdessem com o passar dos anos.

No entanto, ao ser construído no espaço antes ocupado por parte das Torres Gêmeas, o Museu Nacional da Memória do 11 de Setembro, que abre ao público no próximo dia 21, tinha que ir além.

Era preciso garantir um espaço de reflexão e de homenagem às 2.983 vítimas (seis delas dos atentados de 1993 ao World Trade Center), e garantir a cada visitante o tempo necessário para a sua experiência pessoal.

A solução foi construir uma longa rampa suspensa, que conduz de um local escuro --com depoimentos em áudio sobrepostos, feitos por 500 pessoas de 43 países, sobre o momento dos ataques-- a uma espécie de deck de observação, do qual se vê um enorme vão, antes ocupado por seis andares de garagens.

Dali, se pode ter a dimensão da grandiosidade do museu e do que ele se propõe a representar. Não é preciso pressa para descer ao piso do qual se vê o espaço onde ficavam as bases das duas torres.

"É muito importante a questão do sítio arqueológico, da memória e da emoção. A rampa dá esse tempo e essa possibilidade de a pessoa rememorar e tentar entender o que aconteceu e o que isso significou para ela", explica a arquiteta brasileira Anna Dietzsch, do escritório Davis Brody Bond, que fez parte da equipe que iniciou o projeto, em 2004.

Nesta quinta-feira (15), o espaço será aberto para os familiares das vítimas, em cerimônia com a presença do presidente Barack Obama. Pela próxima semana, eles terão exclusividade de acesso, e o espaço poderá ser visitado por 24 horas.

Envolto em polêmicas desde a sua concepção inicial, o museu viu a administração à sua frente mudar várias vezes desde 2004 e passou por dificuldades técnicas, que envolveram, inclusive, a inundação do local durante o furacão Sandy, em 2012.

Na sua reta final, as críticas dos familiares das vítimas se centraram no valor do ingresso que será cobrado --US$ 24 (cerca de R$ 53)-- e na decisão de levar os restos mortais ainda não identificados para o museu.

O custo total de construção do museu e do memorial foi de US$ 700 milhões. Segundo a administração do local, os valores dos ingressos --junto com as vendas da loja do museu-- deverão gerar entre 60% e 70% dos US$ 60 milhões de orçamento anual do complexo.

A comunidade islâmica, por sua vez, considerou ofensivo um vídeo que define os terroristas que sequestraram os aviões como "islamistas que assumiram a jihad como sua missão". O museu manteve o vídeo original.

ACERVO

Ao todo, o museu exibirá mais de 10.300 peças, incluindo 2.380 doações de objetos pessoais das vítimas feitas pelas famílias, como sapatilhas de balé, uma bola de softball e documentos. Há ainda 37 grandes objetos retirados do local, como fragmentos de um dos aviões e cinco enormes colunas de aço retorcidas pelo impacto das duas aeronaves.

Três monumentais peças, contudo, se encarregarão de transportar o visitante ao momento dos ataques. É o caso da "Escada dos Sobreviventes", que serviu como rota de fuga para centenas de pessoas e poderá ser vista enquanto o visitante desce por uma escada paralela.

Há ainda dois enormes tridentes de aço que serviam de sustentação à Torre Norte, e a "Última Coluna" retirada do local dos atentados, com 11 metros de altura. O museu manteve as dezenas de mensagens e fotos pregadas nela por familiares e amigos.

Segundo Jake Barton, responsável pelos projetos multimídia, houve a tentativa de confrontar teorias conspiratórias, como a de que o Pentágono teria sido atingido por um míssil, e não um avião.

"Respondemos a muitas perguntas que essas teorias levantaram", disse. "Há uma parte da exposição que mostra gravações de quatro câmeras de segurança na hora da explosão do Pentágono."


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