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Foco

Ex-chefe do FMI processará diretor de filme sobre estupro

RODRIGO SALEM COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE CANNES (FRANÇA)

O ex-diretor-geral do FMI Dominique Strauss-Kahn anunciou nesta segunda-feira (19) que vai processar os produtores e o diretor do filme "Bem-Vindo a Nova York", exibido no último fim de semana no festival de cinema de Cannes, na França.

O protagonista da produção, George Devereaux (Gérard Depardieu), é um homem viciado em sexo que, em uma das cenas, abusa sexualmente de uma funcionária de um hotel.

A história é similar às acusações levantadas contra Strauss-Kahn, em maio de 2011, quando foi acusado de agressão sexual por uma camareira, o que lhe rendeu 45 dias de prisão em Nova York.

O escândalo fez com que ele se afastasse do FMI e deixasse a disputa pela Presidência da França, na qual era o favorito do Partido Socialista para tentar suceder Nicolas Sarkozy.

O advogado de defesa de Strauss-Kahn, Jean Veil, disse que o filme é difamatório porque a história é similar à acusação levantada contra o ex-chefe do FMI. "Meu cliente disse que a acusação de estupro no filme é intolerável."

O diretor de "Bem-Vindo a Nova York", Abel Ferrara, não negou que tenha se inspirado na história de Strauss-Kahn, mas disse que não se preocupou com detalhes da história, como as implicações políticas.

"Eu não me importo com o sujeito real, eu queria retratar um homem em determinada situação", contou à Folha. "Você perguntou para o assassino de Jesse James como ele o matou? Isso é tudo uma bobagem."

Ele disse que não esperava pelo processo. "Mas o que fiz foi um filme, cara. É um trabalho de imaginação. Mas acho que é isso que acontece quando você luta contra muitos dólares."

SEXO EXPLÍCITO

O filme de Ferrara, que dirigiu "Vício Frenético" (1992), é um show grotesco de sexo e sordidez sobre um dos casos mais comentados da política nos últimos anos.

Ferrara não esconde seus julgamentos: seu Devereaux abusa da camareira em cenas explícitas de sexo. "Você sabe quem eu sou?", grita o executivo para a funcionária ao sair nu do chuveiro, pouco antes de obrigar a mulher a praticar sexo oral.

O longa-metragem também pode ser baixado na internet por € 7 (R$ 21,20) e virou o filme mais vendido do iTunes francês, com 48 mil downloads em duas horas. A produção não tem data para estrear no Brasil.


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