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Rússia faz acenos a novo líder ucraniano

Chanceler russo se diz disposto a dialogar com magnata Poroshenko, que teve confirmada sua eleição para Presidência

Para presidente eleito, paz é impossível sem negociar com a Rússia; no leste, separatistas invadem aeroporto

LEANDRO COLON ENVIADO ESPECIAL A KIEV

Um dia depois da eleição na Ucrânia, o governo russo disse que aceita dialogar com o novo presidente ucraniano, Petro Poroshenko. Coube ao chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, manifestar-se oficialmente nesta segunda-feira (26) em nome de Moscou.

"Nós vamos ouvir as intenções de Poroshenko, incluindo os assuntos relacionados à Rússia. Estamos prontos para dialogar com os representantes de Kiev", afirmou.

A Comissão Eleitoral ucraniana descartou a possibilidade de segundo turno e anunciou que Poroshenko é o vencedor, conforme antecipou pesquisa de boca de urna no domingo (25).

Com 90% dos votos apurados até a noite passada, o magnata tinha 54%, longe da ex-premiê Yulia Timoshenko (13%), em segundo. O resultado final deve ser divulgado entre 4 e 5 de junho, e a posse --cuja data ainda não foi definida-- deve ocorrer entre 8 e 10 de junho.

Poroshenko repetiu que sua missão é buscar a unidade do país e anunciou que quer se reunir com líderes russos em junho para discutir a crise entre os dois lados.

Aliado da União Europeia, o novo presidente ucraniano disse ser "impossível" encerrar o conflito no leste da Ucrânia sem debater o assunto com o colega russo, Vladimir Putin, que ainda não se pronunciou sobre o resultado eleitoral --embora tenha dito que iria reconhecê-lo.

"A Rússia é nosso maior vizinho. Precisamos parar a guerra, trazer a paz e a estabilidade para a Ucrânia. Isso é impossível de fazer sem [reunião com] as autoridades russas. Provavelmente, isso vai ocorrer na primeira metade de junho", afirmou Poroshenko. "E não será só para apertar as mãos", ressaltou.

Apesar de sinalizar um diálogo, o chanceler Lavrov mandou um recado: espera que Poroshenko faça "tudo" para evitar a repressão no leste da Ucrânia, foco de tensão diária com separatistas.

Ou seja, a Rússia continuará contra qualquer tipo de reação militar aos ativistas pró-Moscou que agem na região.

Nesta segunda, a tensão continuou no leste depois que, de madrugada, separatistas invadiram o aeroporto da cidade de Donetsk, obrigando a suspensão de voos, inclusive internacionais. O governo ucraniano deflagrou uma operação de desocupação, com uso de helicópteros. Imagens mostram que houve confrontos entre os dois lados. O número de vítimas não foi confirmado.

A eleição foi esvaziada nessa região em razão do bloqueio de zonas eleitorais por parte dos militantes, que, desde abril, tomaram prédios e declararam a "República Popular de Donetsk", como forma de protesto contra Kiev.

Poroshenko prometeu resolver a crise em "horas" e disse que a região será o destino de sua primeira viagem.

Em nota, a OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa) reconheceu a legitimidade do pleito.


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