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Foco

Praça de Kiev vira trincheira para 'refugiados' da Crimeia

DO ENVIADO ESPECIAL A KIEV

Uma barraca com 11 "moradores", uma piscina de plástico do lado de fora, e a bandeira da Ucrânia fincada. No fundo, o monumento da deusa protetora Berehynia.

A cena na Praça da Independência de Kiev expõe a rotina de militantes anti-Moscou que viviam na Crimeia até dois meses atrás.

Eles deixaram a região após sua anexação pela Rússia, não reconhecida pelo governo de Kiev, e se classificam como "refugiados". Dizem que se sustentam por meio de doações. Segundo eles, a piscina de plástico, sempre cheia d'água, simboliza o Mar Negro, que banha a Crimeia.

Entre os 11 está Rizaeva Gaide, 31. Abordada pela Folha, disse que teve de deixar o marido e dois filhos na capital da Crimeia, Simferopol. "Sou ativista pró-Maidan (a favor da Ucrânia, contra a Rússia). Não podia continuar vivendo lá. Posso ser morta", diz.

Exagero ou não, a "ameaça russa" é um dos argumentos que ucranianos da península têm usado para deixá-la.

É o caso de Anton Ivanov, 23, colega de "moradia" de Rizaeva. Com roupas alusivas às Forças Armadas, convidou a reportagem para conhecer a barraca. "Entra aqui, é minha casa, e essa é minha cama", diz, mostrando uma cadeira de praia sustentando um colchonete.

O local é precário e sem higiene, assim como outras dezenas de barracas --em meio a barricadas de pneus-- instaladas na Praça da Independência, símbolo dos protestos anti-Rússia. Ativistas circulam com armas, sem serem incomodados pela polícia.

Enquanto Kiev leva vida normal nos arredores, a praça virou uma "trincheira" que ninguém ousa mexer. A expectativa agora é saber até que ponto o novo presidente, Petro Poroshenko, está disposto a mudar isso. (LC)


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