Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

China intensifica controle para evitar menção a massacre

Amanhã é o aniversário de 25 anos da repressão aos manifestantes na Praça da Paz Celestial, em Pequim

Mais de 50 foram presos na última semana; internet é censurada e jornalistas reclamam de restrições do governo

MARCELO NINIO DE PEQUIM

Na véspera do aniversário de 25 anos do massacre da Praça da Paz Celestial --um evento apagado da memória coletiva pela censura oficial-- o governo chinês aumentou a repressão para evitar que a data seja lembrada.

Mais de 50 pessoas foram presas nas últimas semanas, entre ativistas, advogados, jornalistas e parentes de manifestantes mortos quando o Exército abriu fogo para acabar com os protestos de 1989.

Além disso, pelo menos 12 correspondentes estrangeiros baseados na China foram interrogados pela polícia após fazer entrevistas sobre o aniversário do massacre, que acontece nesta quarta-feira (4).

Alguns prestaram depoimentos gravados em vídeo e foram alertados de que sofreriam "sérias consequências" caso desrespeitem as regras para o trabalho de jornalistas estrangeiros.

Na noite de domingo, o artista sino-australiano Guo Jian foi detido em sua casa, em Pequim. Um dia antes, o jornal "Financial Times" havia publicado uma longa entrevista com ele, que não poupou críticas ao governo.

O artista é um ex-soldado do Exército chinês e fez parte do grupo de estudantes que entrou em greve de fome durante os protestos pró-democracia de 1989.

As semanas que antecedem o 4 de junho costumam ser de alerta redobrado do governo, mas neste ano a repressão foi intensificada.

A internet está mais lenta que o habitual e mais páginas tem sido bloqueadas. Segundo o sítio de monitoramento da censura GreatFire.org, os serviços do Google também passaram a ser interrompidos e censurados.

Vários governos protestaram contra a escalada de repressão do regime chinês. A onda de prisões começou no dia 6 de maio e teve como alvo cinco ativistas de direitos humanos que haviam participado de um encontro para marcar o aniversário.

Em relatório divulgado nesta segunda (2), o clube dos correspondentes estrangeiros na China destaca o aumento das restrições ao trabalho da imprensa no último ano, o primeiro do governo de Xi Jinping.

Aumentou também a vigilância em torno das famílias de vítimas do massacre da Praça da Paz Celestial.

Segundo a organização Direitos Humanos na China, Ding Zilin, fundadora do grupo Mães de Tiananmen, foi impedida de entrar em Pequim. Será a primeira vez que ela e o marido deixarão de comparecer no 4 de junho ao memorial que mantêm para o filho de 17 anos, morto a tiros em 1989.

A segurança em Pequim foi reforçada nas últimas semanas. O governo diz que é uma resposta às ações terroristas dos últimos meses atribuídas a separatistas muçulmanos da etnia uigur, que deixaram dezenas de mortos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página