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Taleban divulga vídeo de soltura de militar
Imagens da libertação de Bowe Bergdahl mostram soldados americanos cumprimentando líderes do grupo radical
Estratégia de Obama de trocar Bergdahl por 5 prisioneiros da base de Guantánamo provoca críticas de republicanos
O Taleban divulgou nesta quarta-feira (4) um vídeo que mostra combatentes do grupo entregando o sargento Bowe Bergdahl a soldados norte-americanos, aumentando o coro das críticas ao presidente Barack Obama.
A polêmica está no fato de o militar, que ficou cinco anos preso, ter sido trocado por cinco acusados de terrorismo que estavam presos na base de Guantánamo (Cuba) e foram entregues ao Qatar.
Além disso, pesam sobre Bergdahl acusações de ter sido preso após ter desertado. O Pentágono anunciou que vai investigar a suspeita.
O vídeo divulgado tem vários pontos controversos. Mostra soldados americanos apertando as mãos de líderes do Taleban (grupo que apoiou os ataques de 11 de setembro de 2001) e em situação de extremo risco, sob a mira de lança-foguetes.
Bergdahl é visto trajando roupas tradicionais afegãs, e parece ter passado recentemente por um corte de cabelo e barba. É mostrado primeiro em uma picape, cercado de talebans armados com fuzis de assalto AK-47, muitos com os rostos cobertos.
Quando o helicóptero norte-americano se aproxima é possível ouvir um dos insurgentes dizendo a Bergdahl: "Não volte ao Afeganistão. Se voltar, não sairá vivo da próxima vez". Outros riem.
A libertação do militar aconteceu no sábado em Khost, leste do Afeganistão.
Em partes do vídeo há narração de um membro do Taleban, no idioma pashtu.
O terrorista expressa consternação com os americanos, que tinham pressa de concluir a troca e não pararam para conversar ou trocar cumprimentos polidos, como é costume no Afeganistão.
Ele se queixa ainda de que só havia conseguido trocar apertos de mão com dois americanos e que um deles havia apressadamente estendido a mão esquerda, um gesto rude no país.
"Eles [os americanos] nem nos deixaram apertar a mão do sargento e dizer adeus, e se comportaram de modo muito simplório", declarou o combatente.
O vídeo deve causar irritação nas Forças Armadas americanas por mostrar o rosto de pelo menos dois integrantes da equipe de forças especiais encarregada da troca. Esses comandos de elite mantêm suas identidades em segredo enquanto estão em serviço.
Obama foi acusado de negociar com terroristas, ainda que o Taleban não conste da lista de organizações terroristas do governo norte-americano. Alguns membros do Congresso também afirmam que ele violou a lei ao não notificar o Legislativo com antecedência sobre a troca.
Em determinado momento do vídeo, uma das três pessoas que desembarcaram do helicóptero para receber Bergdahl parece fazer um gesto na direção do câmera para que este se afaste.
Representantes do governo americano disseram estar cientes do vídeo e que o estavam revisando. "Não temos motivo para duvidar da autenticidade", disse o contra-almirante John Kirby, porta-voz do Pentágono. "Mesmo assim, sabemos que a troca foi concluída com sucesso e de forma pacífica".
