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Análise

Caso se torna munição dos republicanos contra Obama

MICHAEL KEPP ESPECIAL PARA A FOLHA

Republicanos vêm alimentando a controvérsia causada pela decisão do presidente Obama de trocar cinco prisioneiros do Taleban pelo sargento Bowe Bergdahl, que estava nas mãos do grupo islâmico havia quase cinco anos.

O ataque ocorre não só porque os EUA vivem um ano de eleições legislativas, mas porque, desde que Obama assumiu, em 2009, o país redefiniu a política partidária como um exercício de "nós contra eles".

Os republicanos argumentam que a decisão de Obama agrava o risco de que outros soldados americanos sejam capturados por inimigos dos EUA a fim de servir como moeda de troca para prisioneiros que Washington detiver. Sob essa lógica, pais jamais deveriam pagar resgate pelo retorno de seus filhos sequestrados, porque isso encorajaria mais sequestros.

O ponto mais forte contra Obama é o de que os membros do Taleban libertados como parte da troca podem representar ameaça futura à segurança dos EUA --o que Obama reconheceu.

Mas ele contra-argumentou, dizendo estar sujeito à "regra sagrada" de que "não deixamos nenhum homem ou mulher de farda para trás". O código de conduta das Forças Armadas requer que o governo dos EUA busque o retorno de militares cativos, não importa quais sejam as circunstâncias.

As circunstâncias indicam que Bergdahl teria abandonado voluntariamente seu posto afegão. É por isso que vem sendo acusado de desertor, ainda que o Exército o tenha classificado como "desaparecido/capturado".

Obama tem sido atacado também porque republicanos veem como regra sagrada jamais negociar com terroristas ou governos que os apoiem ou abriguem, para libertar reféns. Mas o presidente Jimmy Carter negociou sem sucesso com os iranianos que capturaram reféns americanos na embaixada em Teerã, em 1979. E em 1986, Ronald Reagan --republicano-- vendeu armas ao Irã em uma tentativa de libertar seis americanos detidos por terroristas iranianos no Líbano.

Mesmo o premiê conservador de Israel, Binyamin Netanyahu aceitou trocar, em 2011, 1.027 prisioneiros --a maioria palestinos-- pelo soldado israelense capturado Gilad Shalit, a despeito dos vigorosos protestos das famílias de israelenses mortos por alguns dos prisioneiros.

Nos EUA, o verdadeiro escândalo militar é a longa espera para que militares retornados do Afeganistão consigam tratamento nos hospitais de veteranos.


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