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Ex-comandante do Exército, Sisi é empossado no Egito
Eleito presidente com 97% dos votos, ele disse que trabalhará por estabilidade
Militar é o quinto chefe de Estado do país desde 2011 e assume após 11 meses da queda de Mohamed Mursi
O ex-chefe do Exército Abdul Fatah al-Sisi tomou posse neste domingo (8) como novo presidente do Egito. A cerimônia foi realizada na sede do Tribunal Constitucional Supremo, no Cairo. Ele é o quinto chefe de Estado do país desde 2011.
Sisi jurou seu cargo perante os magistrados do tribunal e um grupo de convidados, entre os quais os membros do atual governo --que renunciará em bloco--, personalidades políticas e religiosas e sua família.
"Juro por Deus guardar lealdade ao regime da república, respeitar a Constituição e a lei, proteger os interesses do povo em sua totalidade e preservar a independência da pátria, sua unidade e a integridade de seu território", disse Sisi na solenidade. Compareceram também à cerimônia de posse, marcada por um feriado oficial improvisado, uma série de líderes do Oriente Médio e da África.
Representantes de governos ocidentais, no entanto, evitaram se envolver com a cerimônia. Eles vêm criticando o Egito pela violência que marca a história recente do país desde que o ex-presidente islamita Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, foi deposto há 11 meses.
Sisi se comprometeu a trabalhar pela segurança e estabilidade do país e da região.
"É chegada a hora do nosso grande povo fazer a colheita das duas revoluções", disse em referência à deposição de Hosni Mubarak em 2011 e aos protestos de 2013 que precederam a tomada militar.
O novo chefe de Estado, vencedor das eleições realizadas em maio com 97% dos votos, substitui o líder interino, Adly Mansur, que voltará a seu posto como presidente do Tribunal Constitucional, função que desempenhava até a destituição de Mursi em julho passado.
No domingo, a primeira página do jornal alinhado ao governo "Al-Adhbar" descrevia Sisi como "o primeiro presidente patriótico eleito" do Egito. Foi uma crítica clara a Mursi, que enfrentou questionamentos de que governou apenas segundo os interesses da Irmandade Muçulmana.
O novo presidente herda o país com os mesmos problemas econômicos e políticos que levaram à queda dos presidentes Mursi e Mubarak --entraves que, para analistas, podem prejudicar sua popularidade, tal como ocorreu com os antecessores.