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Braço da Al Qaeda toma cidade do Iraque
Fundamentalistas do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante controlam Mossul, 2ª maior cidade do país
Confronto na região já durava quatro dias; governo anunciou que vai armar a população contra os insurgentes
Insurgentes radicais sunitas conquistaram nesta terça-feira (10) o controle de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque.
Portando granadas e armas antiaéreas, os militantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) --um braço da rede terrorista Al Qaeda-- conseguiram expulsar a maior parte da polícia e dos militares da região.
Dois oficiais do Exército iraquiano disseram que as forças de segurança deixaram a cidade depois que os militantes capturaram uma base militar e libertaram mais de 200 prisioneiros.
Os militares atearam fogo em depósitos de combustível e munições para impedir os militantes de usá-los.
A captura de Mossul pelo grupo ocorre após quatro dias de intenso conflito. A queda é duro golpe para os esforços do governo, de maioria xiita. As tropas dos EUA deixaram o Iraque no fim de 2011.
Logo depois da tomada, o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, pediu ao Parlamento que declarasse estado de exceção. EUA e ONU criticaram os ataques.
O EIIL, que atua também na Síria, quer estabelecer um Estado islâmico na região.
Com 1,4 milhão de habitantes, Mossul é importante para a indústria de petróleo iraquiana. A cidade é vizinha da região autônoma curda, para onde milhares de pessoas fugiram. Os curdos possuem uma força de segurança própria e não descartaram atacar os insurgentes.
Fontes do Exército afirmaram que os militantes teriam capturado também parte das províncias de Salahedin e Kirkuk, mas a informação não foi confirmada oficialmente.
O Iraque anunciou que vai fornecer armas aos cidadãos voluntários para lutar contra os insurgentes.
Em comunicado na TV, o governo anunciou a criação de "um núcleo de crise para supervisionar o voluntariado e distribuir armamento aos cidadãos voluntários".
"O governo saúda a vontade dos cidadãos de defender a pátria e vencer o terrorismo", acrescentou a nota.