Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Sala antigrampo teria sido utilizada para corrupção na Ucrânia
Novo chefe da Receita do país declara que local, na sede do órgão, é à prova de escutas
O novo chefe da Receita da Ucrânia acusa a gestão anterior de ter desviado 130 bilhões de hrivnas (R$ 24,5 bilhões) nos últimos três anos.
O mais curioso é que, segundo Ihor Bilous, a corrupção foi planejada em torno de uma mesa de plástico transparente, dentro de um cofre de aço secreto, instalado diante do gabinete de seu antecessor na capital, Kiev.
O local também conta com um gerador de "ruído branco", que inviabiliza grampos, além dos móveis de plástico.
Bilous diz que seu antecessor ajudou a organizar uma grande rede de firmas fantasmas, em troca de uma parte do dinheiro. O esquema teria envolvido 1.700 empresas.
Uma delas, chamada Mistral, fica em um endereço, também em Kiev, onde há atualmente um fosso --parte das obras para as fundações de um edifício de apartamentos a ser completado no ano que vem.
O antecessor de Bilous, Oleksandr Klymenko, nega as acusações, diz que sempre combateu a corrupção e cita mais de 1.300 inquéritos sobre desvios abertos por seu gabinete no ano passado.
Klymenko falou a partir de um local não revelado, já que deixou a Ucrânia às pressas após a deposição do presidente Viktor Yanukovich, no último mês de fevereiro.
Não é de hoje que empresas fantasmas são um problema na Ucrânia, que ocupa o 144º lugar entre 177 países no índice da Transparência Internacional.
A eliminação dessas empresas é um dos desafios cruciais do novo presidente, Petro Poroshenko.