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Colombianos reelegem Santos presidente

Com 50% dos votos, Juan Manuel Santos conquista novo mandato apoiado em diálogos de paz com guerrilheiros

Negociações com Farc e ELN foram pilares da campanha, ao lado dos ganhos econômicos do país no mesmo período

SYLVIA COLOMBO ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ

De virada, o presidente colombiano Juan Manuel Santos, 62, foi reeleito neste domingo (15) para um novo mandato.

Revertendo a derrota no primeiro turno, no último dia 25, o atual mandatário obteve 50% dos votos, contra 45% de Óscar Iván Zuluaga.

O resultado representa uma dura derrota para o ex-presidente Álvaro Uribe, que apadrinhava a candidatura de Zuluaga e esperava voltar a influenciar a política nacional com a vitória deste.

Nas últimas semanas, Santos reforçou o discurso em defesa do acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), iniciado em Havana há 18 meses, e anunciou negociações com o ELN (Exército de Libertação Nacional).

A Colômbia enfrenta 50 anos de conflito com as guerrilhas, que causou mais de 250 mil mortes e o deslocamento de 5 milhões de pessoas de suas casas.

O presidente também investiu na propaganda sobre os êxitos econômicos do governo. O país tem uma perspectiva de crescimento de 4% em 2014, e, na sua gestão, baixou índices de desemprego, inflação e informalidade.

Além disso, recebeu adesões à esquerda, como a da líder do Pólo Democrático, Clara Lopez, e do verde Antanas Mockus, e à direita, com parte do partido conservador. Intelectuais, artistas e acadêmicos de diferentes vertentes ideológicas também saíram em defesa de Santos.

Em seu discurso de vitória, Santos disse aceitar que muitos não tenham votado nele pessoalmente, e sim pela continuidade das negociações. Mencionou a agressividade do fim da campanha e afirmou que trabalhará para "desterrar o ódio de nossa democracia".

Mas Uribe não se mostrou aberto ao diálogo. Disse que Santos usou a máquina estatal em seu favor, além de pedir às Farc para pressionarem a população do interior do país a votar nele.

Zuluaga admitiu a derrota dizendo que teve de enfrentar "uma maquinaria estatal e muitos obstáculos". E fez um longo elogio ao padrinho. "Tenho muito orgulho de ter sido o candidato de Uribe. Nossa luta continua."

O marqueteiro brasileiro Duda Mendonça, que fez a campanha de Zuluaga, disse ter tido "orgulho" de trabalhar com o uribista. "Quem ganhou não foi Santos! Foi uma máquina impossível de ser batida", disse à Folha.

Nas últimas semanas, Zuluaga havia direcionado a campanha para questões além-Farc.

Um spot idealizado por Mendonça e inspirado em publicidade que fez para Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, mostrava uma mulher enfurecida contra o sistema educacional no país atirando laranjas. O comercial teve efeito negativo, pois identificou Zuluaga com um rancor social. A defesa que o candidato fez da interrupção das negociações com as Farc e a volta de uma política linha-dura também causou incômodo internacional, levando diversos meios estrangeiros a defender a reeleição de Santos.

Revertendo também um quadro de alta abstenção do primeiro turno (de 59,8% para 52%), Santos venceu em grandes cidades como Bogotá e Cali, e confirmou sua influência na região costeira do país. Em Barranquilla, ganhou por mais de 78%.

Já Zuluaga venceu em Medellín e no interior do país, zonas mais conflagradas por conta do embate do Exército com a guerrilha.


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