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Análise

Itália se destaca por apoio popular a projeto de união europeia

GIORGIO ROMANO ESPECIAL PARA A FOLHA

A crise econômica e seu desdobramento social provocaram resultados eleitorais muito flutuantes nos diversos países europeus.

Aumenta a desconfiança em relação aos partidos tradicionais e à política no geral. Parte desse descontentamento é capitalizado por partidos da extrema direita, nacionalistas, ou antissistema. Outra parte, menor, pela esquerda radical.

No meio disso, a Itália vem sendo palco do surgimento de uma nova liderança popular, pró-europeia, e de um partido tradicional de centro-esquerda, o Partido Democrata (PD), herdeiro do antigo Partido Comunista Italiano (PCI), misturado com forças provenientes da esquerda católica.

Até pouco tempo atrás, a cena política italiana era dominada pela centro-direita, sob comando do magnata da mídia Silvio Berlusconi.

Em seguida, surgiu do nada o Movimento 5 Estrelas (M5S), liderado pelo comediante Beppe Grillo. Todos esses com pouca aceitação no cenário europeu.

Agora é a vez de Matteo Renzi, ex-prefeito de Florence, de 39 anos --o mais jovem primeiro-ministro da Itália.

Conseguiu o que parecia impossível: reinjetar a esperança de que as coisas podem melhorar para os italianos.

Com um estilo informal, descontraído e juvenil, ele levou o PD a conquistar 40,8% dos votos nas eleições europeias, sendo a Itália o país com menor absenteísmo. Em toda sua história, a centro-esquerda jamais havia alcançado resultado semelhante.

O sucesso foi repetido nas eleições municipais. Das 243 cidades com mais de 15 mil habitantes onde foram realizadas eleições em maio e junho, a centro-esquerda avançou de 128 para 167.

Pairam sérias dúvidas sobre até onde essa nova onda pode sustentar-se. O ritmo de uma série de reformas que estão sendo propostas é grande e impressionante, mas está longe de apresentar resultados concretos.

Entre elas, o fim do Senado, reformas nas estruturas administrativa, fiscal e trabalhista. Tudo complexo e polêmico. A promessa é geração de emprego e aumento do poder de compra dos trabalhadores.

O ponto central para Renzi é a retomada do investimento público e, para isso, ele exige uma alteração na política de austeridade que predomina até agora em âmbito europeu, ancorada na orientação alemã da primeira-ministra Angela Merkel.

Para não bater de frente, Renzi fala em "flexibilização" do Pacto de Estabilidade. Concretamente, isso significa que alguns investimentos do governo, ligados diretamente à geração de emprego e renda, deveriam ser excluídos do cálculo do limite do deficit público, de 3% do PIB.

Renzi chegou a sugerir essa mudança em relação a todos os gastos com educação, pesquisa e desenvolvimento.

Ele sabe que qualquer possibilidade de sustentar o amplo apoio político depende de aumentar investimentos.


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