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Rússia sai satisfeita por apoio recebido de parceiros de bloco

Declaração final sem críticas à ação na Ucrânia e espaço para Putin destacar política externa agradaram a russos

Presidente chinês, Xi Jinping, fala em papel 'moral' dos países dos Brics na reforma de instituições globais

DOS ENVIADOS A FORTALEZA DE FORTALEZA

Alvo de sanções econômicas dos EUA e da União Europeia devido à anexação da Crimeia, a Rússia celebrou a chance de usar a cúpula dos Brics para reduzir seu isolamento na cena internacional.

Questionado pela Folha se ficara satisfeito com o apoio recebido dos países do grupo, o chanceler russo, Serguei Lavrov, respondeu com rapidez: "Absolutamente".

Negociadores brasileiros dizem que a busca da Rússia pelo respaldo dos parceiros de Brics foi constante, mas o apoio acabou sendo discreto. Resumiu-se à ação de bastidores e às entrelinhas da declaração final da cúpula.

"Expressamos nossa profunda preocupação com a situação na Ucrânia. Clamamos por um diálogo abrangente, pelo declínio das tensões no conflito e pela moderação de todos os atores envolvidos, com vistas a encontrar solução política pacífica", afirma o texto.

Há também uma condenação vaga a sanções econômicas "em violação ao direito internacional e normas universalmente reconhecidas das relações internacionais".

Em seu pronunciamento, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, evitou tocar no assunto. Preferiu ressaltar o papel decisivo da Rússia e da China na ONU para evitar uma intervenção estrangeira na Síria e também destacou a importância dos Brics para reformar a estrutura econômica mundial.

Grande produtor de petróleo e gás, a Rússia corre o risco de perder mercados para seus produtos devido às sanções econômicas internacionais. Nesse contexto, chamou a atenção a ideia levantada por Putin de criar um "banco de combustíveis" dos Brics.

Há alguns dias, assessores do presidente russo já haviam mencionado a proposta, afirmando que ela consistiria numa "associação energética" para assegurar a segurança do bloco nesse setor.

O assunto, contudo, não foi tema das discussões, segundo o principal negociador brasileiro, José Graça Lima.

CHINA

O líder chinês, Xi Jinping, ressaltou o papel "moral" que os países do Brics devem ter nas relações internacionais, tanto na reforma das instituições multilaterais como no repúdio ao intervencionismo.

"Os países dos Brics têm o apelo moral de criar um mundo justo para levar energias positivas às relações internacionais", disse Xi.

O presidente chinês disse ainda que as economias do mundo estão saindo de "suas curvas negativas" e este é o momento para desenvolver o comércio global por meio de ações estratégicas. Mas advertiu que "a economia internacional ainda não emergiu totalmente da crise" e exortou os países dos Brics a aumentarem sua cooperação.

Xi também defendeu que os Brics se comprometam a criar um "mundo mais justo" e que emane "energia positiva". "A China não defende conflitos e confrontos. Acreditamos na dissolução de problemas pelo caminho da diplomacia mundial", disse.

"O fortalecimento do bloco vem num momento em que o mundo enfrenta turbulências econômicas e políticas. Nosso grupo reúne nações com mecanismos novos para os organismos internacionais existentes", acrescentou.

A Índia, que venceu a disputa pela primeira presidência rotativa do banco dos Brics, também enfatizou a importância do bloco nas relações internacionais. "Os Brics devem proporcionar o caminho para moldar o equilíbrio para um mundo pacífico e estável", disse o premiê indiano, Narendra Modi. (MARCELO NINIO, PATRÍCIA CAMPOS MELLO, SOFIA FERNANDES E ANDRÉ UZÊDA)


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