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Desastre na Ucrânia

Míssil partiu de área rebelde, diz Obama

Presidente dos EUA afirma ser impossível separatistas ucranianos derrubarem avião sem ajuda militar da Rússia

Conselho de Segurança da ONU pede apuração da queda do Boeing-777 da Malaysia Airlines que matou 298 pessoas

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta sexta-feira (18) ter evidências de que o avião da Malaysia Airlines foi derrubado "por um míssil terra-ar lançado de uma área no leste da Ucrânia controlada por separatistas apoiados pela Rússia". Ele se baseou em relatórios da inteligência americana.

A queda do Boeing-777, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur (Malásia), deixou 298 mortos. Obama classificou o episódio como uma "tragédia global" e um "ultraje de proporções indescritíveis".

Apesar de evitar envolver diretamente Moscou na autoria do ataque, o presidente americano disse ser "impossível" que os rebeldes estejam agindo dessa forma sem o apoio "constante" da Rússia, com envio de armas pesadas e sistemas antiaéreos.

"Um grupo de separatistas não pode derrubar aviões de transporte militar ou, como eles alegam, derrubar caças sem equipamento e treinamento sofisticados. E isso tem vindo da Rússia", disse Obama, destacando três aeronaves militares da Ucrânia que teriam sido abatidas pelos rebeldes nas últimas semanas.

Segundo o "The New York Times", a inteligência dos EUA tem fortes indícios de que a aeronave militar abatida três dias antes do desastre foi atingida por um míssil que partiu do território russo, de uma bateria antiaérea idêntica à que teria sido usada contra o Boeing-777.

Pouco antes, a embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, havia subido mais o tom contra Moscou, alegando que "não se pode descartar a assistência de pessoal russo para operar os sistemas" de mísseis envolvidos.

"Por causa da complexidade técnica do SA-11 [como é chamado pela Otan o míssil russo 9K37 Buk, que teria sido empregado no ataque], é improvável que os separatistas possam ter efetivamente operado o sistema sem a ajuda de pessoal especializado", disse Power em reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York.

O conselho aprovou um pedido de investigação internacional "completa e independente", além do acesso de investigadores ao local.

Nesta sexta (18), Obama anunciou ter enviado à Ucrânia agentes do FBI e do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes.

MAIOR PRESSÃO

A queda do avião acirra ainda mais a tensão entre Washington e Moscou. Um dia antes da tragédia, os EUA haviam anunciado novas sanções à Rússia por "violar a soberania da Ucrânia e continuar a apoiar separatistas".

Nesta sexta, Obama ameaçou aumentar a pressão sobre Moscou. "Enquanto a Rússia seguir seus esforços de ajudar os separatistas, vamos deixar claro que temos a capacidade de endurecer contra eles. E vamos fazê-lo."

O presidente russo, Vladimir Putin --que não respondera às declarações de Obama até a conclusão desta edição--, disse que "todos os lados têm de interromper a luta e começar as negociações de paz". Na ONU, o embaixador russo, Vitaly Churkin, atribuiu à Ucrânia "toda a culpa" pela tragédia.


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