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'Putin não está tão isolado', afirma analista

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

O presidente russo, Vladimir Putin, não está isolado, mas os demais membros dos Brics deveriam perceber que as violações que ele tem feito "não causam danos apenas aos EUA", diz o cientista político Graham T. Allison, 74, diretor do Centro Belfer de Relações Internacionais da Universidade Harvard.

Allison foi secretário-assistente da Defesa dos EUA de 1993 a 1994, no primeiro mandato de Bill Clinton, e é membro do Council on Foreign Relations, onde lidera estudos sobre a economia russa.

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Folha - Imprensa e governo americanos insistem que o presidente russo está isolado, mas não é isso que se viu na cúpula dos Brics.

Graham Allison - Putin não está isolado como dizem por aqui. Não se sente isolado da China, da Índia, do Brasil, da África do Sul e de vários outros países pelo mundo.

Mas seus atos de violar a soberania da Ucrânia não causam mais danos aos EUA que aos outros países. Até que esses líderes concluam que tais violações são suficientes para justificar uns sacrifícios a ponto de punir esse comportamento, Putin vai se safar.

As sanções contra a Rússia anunciadas por Obama não fizeram Putin negociar. Quem pode ter esse papel?

O que falta para chegar a um acordo suficientemente bom é um grande negociador. Dados o interesse e a influência, o melhor seria a União Europeia, em especia a alemã Angela Merkel.

Mas os europeus têm tido uma atitude mais tímida. Eles vão endurecer?

Minha previsão é a de que a União Europeia vai falar grosso, mas não vai adotar sanções que criem custos significativos.

A Alemanha não vai reduzir as compras de gás russo. Os franceses não devolverão o dinheiro pago nos navios que venderam e os britânicos não farão nada que possa perturbar a "City", onde oligarcas russos e suas empresas têm muitos investimentos.

O que Obama poderia fazer?

Se a Rússia está implicada na derrubada de um avião com quase 300 passageiros, a comunidade internacional deveria estar preparada para impor sanções sérias. Obama até mostrou vontade, mas a maioria dos países, não.


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