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Na Argentina, oito disputam indicação de Cristina em 2015
Segundo mandato da presidente Cristina Kirchner, que não pode mais se reeleger, termina no próximo ano
Pré-candidatos menos afinados com o "núcleo duro" kirchnerista lideram as pesquisas de intenção de voto
O segundo mandato de Cristina Kirchner termina em 2015. Oito políticos competem pela candidatura que irá herdar o eleitorado da presidente, que não pode mais se reeleger. Todos declararam ser pré-candidatos pela Frente para a Vitória, aliança de partidos atualmente no poder.
Pela primeira vez, acontecerá uma prévia com vários pré-candidatos da coligação --em 2011, a única postulante foi Cristina, que já era presidente. Antes, as prévias não eram obrigatórias.
Até agora, ela não explicitou preferência por nenhum deles. "Ela vai postergar a decisão até o último momento. Se ela aponta um pré-candidato, os políticos irão começar a correr atrás dessa pessoa, e não de Cristina", afirma o cientista político Facundo Cruz, que pesquisou em seu doutorado a formação de coalizões eleitorais.
Segundo outro cientista político, Gabriel Puricelli, do Laboratório de Políticas Públicas, o dilema do "núcleo duro" kirchnerista é que os pré-candidatos menos afinados com ele lideram as pesquisas de intenção de voto.
Os pré-candidatos com retórica mais semelhante à de Cristina são Sergio Urribarri, governador do Estado de Entre Ríos, e Agustín Rossi, ministro da Defesa.
Urribarri diz que "os pré-candidatos que aspiramos a sucedê-la temos a obrigação de fazer com que esse modelo de país siga sendo atraente para a maioria dos argentinos". Ele afirma ainda ter a esperança de que, "uma vez na história, os argentinos não queiram dar um passo para trás ou um salto no vazio".
O discurso de Rossi não é muito diferente: "Uma pré-candidatura como a minha pode ser interpretada como o reconhecimento da liderança da presidente e a garantia da continuidade".
Nenhum dos dois, porém, aparece bem nas pesquisas.
NÃO CORRESPONDIDO
O mais bem colocado é Daniel Scioli, atual governador do Estado de Buenos Aires, que ora aparece em primeiro, ora em segundo.
Apesar de ser do mesmo partido de Cristina (o Justicialista) e de ter sido vice-presidente de Néstor Kirchner, ele não é considerado do "núcleo duro". "É mais uma questão de imagem. Ele é visto como sendo de centro-direita, e não de esquerda, como os oficialistas acreditam ser", afirma Facundo Cruz.
Entre os políticos da Frente para a Vitória, o que aparece em segundo é o ministro do Interior, Florencio Randazzo. "A impressão que temos é que Cristina considera que ele nunca deu provas suficientes do projeto político nacional e popular dos Kirchner", diz Puricelli.
"Não se pode dizer que falta sintonia entre Randazzo e Cristina, mas ele não é e nunca foi do círculo íntimo dela", declara o cientista político Ariel Raidan.