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Conflito em Gaza tem dia mais sangrento
Ao menos 87 palestinos morrem em ataques de Israel; com 13 mortos, forças israelenses têm pior baixa desde 2008
Obama diz a premiê de Israel estar 'seriamente preocupado' com crise; país nega que soldado tenha sido capturado
A ofensiva de Israel na faixa de Gaza contra o grupo islamita Hamas teve neste domingo (20) o dia mais sangrento desde seu início, há 13 dias, de acordo com os dois lados do confronto.
O governo palestino declarou que ao menos 87 foram mortos, a maioria na região de Shejaiya, bairro da Cidade de Gaza. Em Israel, militares anunciaram que 13 soldados acabaram morrendo em emboscadas.
O total de soldados mortos no domingo ultrapassa o número de baixas registrado na ofensiva contra Gaza de 2008 e 2009.
Segundo o Exército, sete soldados mortos estavam num transporte blindado atingido por disparos antitanque, em Shejaiya. Outros foram atingidos quando se posicionavam dentro de casas que haviam tomado.
Desde o dia 8 de julho, pelo menos 423 palestinos morreram no conflito, incluindo cerca de 100 crianças, além de mais de 3.000 feridos.
No lado israelense, desde o início do confronto 20 já morreram.
A quantidade de vítimas do conflito aumentou dramaticamente desde a noite de quinta-feira (17), quando o Exército israelense começou uma operação terrestre para complementar os contínuos bombardeios da Aviação e da Marinha de Guerra contra o território palestino.
TRÉGUA
Durante a manhã do domingo, Israel concordou com um cessar-fogo humanitário solicitado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha para que fosse possível evacuar feridos e civis, além de remover corpos das vítimas.
No entanto, passado menos de uma hora de trégua, o Exército israelense acusou o Hamas de violar o cessar-fogo e voltou a atacar a região da Cidade de Gaza.
Na quinta-feira (17), outra tentativa de trégua também acabou frustrada. Israel e Hamas haviam se comprometido com um cessar-fogo humanitário de cinco horas a pedido das Nações Unidas, mas três morteiros de Gaza atingiram Israel durante a trégua, segundo o Exército.
EUA
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou para o primeiro ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e disse estar "seriamente preocupado" com o crescente número de mortos nos dois lados do conflito. Obama disse que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, deve ir ao Cairo nos próximos dias para negociar a suspensão imediata do confronto.
Kerry qualificou de "infernal" a ofensiva, durante uma conversa telefônica privada que foi ouvida por jornalistas que iam entrevistá-lo.
Quando, já diante das câmeras, Kerry disse que os EUA "apoiam o direito de Israel de se defender contra os lançamentos de foguetes".
O Conselho de Segurança da ONU realizaria na noite de domingo (20) uma reunião de emergência para abordar os últimos eventos em Gaza.
O encontro foi pedido pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que quer Israel responsabilizado pela ofensiva, de acordo com o direito internacional.
SEQUESTRO
As Brigadas "Azedin al Kasam", braço armado do Hamas, anunciaram a captura de um soldado israelense. Ao falar na emissora de TV do Hamas, o porta-voz Abu Ubaida disse: "Capturamos um soldado sionista e a ocupação não admite".
O embaixador de Israel na ONU, Ron Prosor, negou, no entanto, a informação.
"Não há soldado israelense sequestrado e esses boatos são falsos", declarou Prosor, na sede da organização, em Nova York.