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Polícia turca prende 55 acusados de espionagem
Detidos são policiais, incluindo um ex-chefe de unidade antiterrorista
Operação ocorre meses após a divulgação de grampos que acusam premiê do país de estar envolvido em corrupção
Autoridades da Turquia detiveram nesta terça-feira (22) 55 oficiais da polícia do país. Eles são acusados de espionagem, escutas ilegais, falsificação de documentação oficial, violação da vida privada, fabricação de provas e divulgação de segredos de Estado.
A operação foi realizada meses depois de terem sido divulgadas várias gravações que acusavam o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, de estar envolvido em atos de corrupção.
Entre os detidos estão altos funcionários que dirigiam a investigação da suposta rede de corrupção no governo.
O escândalo levou à saída de quatro ministros, embora o Ministério do Interior tenha encerrado as investigações de corrupção e abortado algumas das operações policiais.
Segundo o jornal "Hürryiet Daily", a operação desta terça foi feita simultaneamente em 22 cidades da Turquia.
Na maior cidade turca, Istambul, 40 funcionários da polícia aposentados ou na ativa foram detidos, incluindo o ex-chefe da unidade antiterrorista Omer Kose. Os outros 15 acusados foram presos em outras regiões do país.
EX-ALIADO
No fim de junho, as autoridades turcas iniciaram uma grande investigação contra o Hizmet, movimento do pregador exilado Fethullah Gülen, antigo aliado de Erdogan e hoje seu inimigo político.
O primeiro-ministro acusa o movimento religioso de Gülen, que hoje vive nos EUA, de estar relacionado aos vazamentos que deram origem ao escândalo de corrupção.
Apesar dos escândalos e dos protestos contra o alegado autoritarismo do governo de Erdogan, iniciados em 2013, o AK (Partido da Justiça e do Desenvolvimento), sigla do premiê, conquistou uma ampla vitória nas eleições municipais de 30 de março.
O premiê, que ocupa o cargo desde 2003, é o candidato favorito nas eleições presidenciais do dia 10 de agosto.