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Brasil critica operação de Israel e faz reclamação para embaixador

Itamaraty divulga nota em que critica uso desproporcional de força; Hamas é poupado

Tom destoa de nota anterior, em que país criticava agressões dos dois lados; Brasil apoia investigação da ONU

NATUZA NERY DE BRASÍLIA

O governo brasileiro classificou nesta quarta (23) de "desproporcional" o uso da força por Israel contra Gaza e expressou seu protesto ao embaixador do país em Brasília, Rafael Eldad, que foi chamado ao Itamaraty.

Em nota, o Ministério de Relações Exteriores considerou "inaceitável" a escalada de violência e anunciou ter convocado o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Henrique Pinto, de volta a Brasília.

Na linguagem diplomática, o protesto feito a Eldad (que não foi divulgado) e a convocação de Pinto são sinais fortes de desagrado.

A nota não cita os ataques do grupo palestino Hamas, que vem atirando foguetes em Israel. Há apenas um pedido genérico de cessar-fogo entre as duas partes.

A operação, que está na terceira semana, já deixou 695 palestinos e 32 israelenses mortos.

Segundo a Folha apurou, Eldad foi convidado ao Itamaraty nesta quarta, quando ouviu queixas "veementes" sobre a escalada de violência.

Auxiliares presidenciais disseram à Folha que Dilma Rousseff deu aval ao tom da mensagem, traduzido na nota do Itamaraty.

Nos últimos dias, o Planalto vinha sendo pressionado por setores da área de direitos humanos a se posicionar.

O contato com o embaixador de Israel foi feito após reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra. O órgão aprovou investigação sobre a ação israelense, com apoio do Brasil.

A nota brasileira carrega em adjetivos normalmente evitados pelo Itamaraty.

"O governo brasileiro considera inaceitável a escalada da violência entre Israel e Palestina. Condenamos energicamente o uso desproporcional da força por Israel na faixa de Gaza, do qual resultou elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças", diz o texto.

O tom marca uma grande mudança em relação a um comunicado do dia 17, em que o ministério afirmava condenar "igualmente" os bombardeios israelenses e os ataque vindos de Gaza.

No caso do conflito atual, o Brasil procurou dar um recado inequívoco de que a situação em Gaza extrapolou o limite do combate armado e passou a ser tratado como uma "crise humanitária".

Para um assessor palaciano, a visita do secretário de Estado americano, John Kerry, ao Egito para tentar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas foi "inócua".

Também nesta quarta, o Hamas afirmou que considerou "uma grande vitória" a decisão de companhias aéreas de EUA e Europa de suspenderem seus voos para o aeroporto de Tel Aviv, por falta de segurança.

É a primeira vez que um boicote nessa escala ocorre. Em 1991, o aeroporto ficou fechado por causa da Guerra do Golfo (agora, está aberto).


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