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Dilma volta a criticar Israel por conflito

Na cúpula do Mercosul, presidente condenou uso da força em Gaza, mas também se referiu a foguetes do Hamas

Tom crítico ao Estado judaico foi repetido em declaração do bloco e por líderes de Venezuela e Argentina

FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL A CARACAS

A presidente Dilma Rousseff voltou a criticar nesta terça-feira (29) o "uso desproporcional da força" de Israel no conflito contra o grupo radical palestino Hamas na faixa de Gaza.

Em discurso na reunião de cúpula do Mercosul, na Venezuela, ela pediu um cessar-fogo "imediato, abrangente e permanente".

"Desde o princípio, o Brasil condenou o lançamento de foguetes contra Israel e reconheceu o direito israelense de se defender. No entanto, é necessário ressaltar nossa mais veemente condenação ao uso desproporcional da força por Israel na faixa de Gaza", afirmou Dilma.

A presidente novamente defendeu a criação de um Estado palestino como pré-condição para a paz entre israelenses e palestinos. Ela afirmou que o conflito "tem potencial para desestabilizar toda aquela região".

Na segunda (28), durante a sabatina da Folha, Dilma havia afirmado que considerava "um massacre" a ação israelense em Gaza.

O tom crítico dirigido à ofensiva israelense também foi acompanhado pelos presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Argentina, Cristina Kirchner.

Logo após o final do encontro de presidentes, o Mercosul divulgou um documento em tom semelhante ao discurso de Dilma, criticando o Exército israelense pelo uso desproporcional da força, assim como "qualquer tipo de ações civis violentas contra civis em Israel".

O bloco deu seu respaldo aos "esforços de paz do secretário-geral das Nações Unidas [Ban Ki-moon] e do Egito" e exigiu um "levantamento imediato do bloqueio que afeta a população de Gaza".

A declaração é feita após o governo brasileiro ter condenado oficialmente a escalada da violência em Gaza, na última quarta-feira (23).

O documento do Itamaraty, no entanto, não citava as ações tomadas pelo Hamas. O governo também chamou para consultas o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Henrique Sardinha Pinto.

Na linguagem diplomática, a convocação de um embaixador significa forte reprovação às ações do governo do país onde ele está instalado.

Em reação, o porta-voz da Chancelaria israelense Yigal Palmor chamou o Brasil de "politicamente irrelevante" e "anão diplomático". Na sabatina da Folha, Dilma lamentou as declarações.

Nesta terça-feira (28), Chile, Peru e El Salvador também convocaram seus embaixadores em Israel em sinal de repúdio ao conflito em Gaza.

SEM ACESSO

A cúpula foi realizada na Casa Amarilla, sede da Chancelaria venezuelana, no centro de Caracas. Os jornalistas não tiveram acesso ao prédio e foram obrigados a assistir aos discursos em um teatro improvisado como centro de imprensa --uma televisão foi colocada em cima do palco.

Na transmissão do discurso de Dilma, feita pelo canal estatal venezuelano VTV, os jornalistas brasileiros tiveram de ouvir a tradução simultânea em espanhol sobre a fala em português.

Na saída da cúpula, a segurança venezuelana bloqueou o acesso da imprensa aos presidentes. Os comunicados só foram divulgados depois da reunião, quando a praxe é que seja distribuída aos jornalistas antes do final.


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