Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Rússia ameaça encarecer gás a europeus

Reação de Putin vem após União Europeia e EUA anunciarem mais sanções a Moscou por apoio a rebeldes ucranianos

Comunicado afirma que restrições da UE a setor energético russo implicarão alta dos preços no continente

LEANDRO COLON DE LONDRES

O governo russo atacou nesta quarta-feira (30) os Estados Unidos e afirmou que as novas sanções impostas ao país devem aumentar o custo da energia na Europa.

É a primeira manifestação oficial de Moscou sobre as medidas anunciadas na terça-feira (29) pelo governo americano e pela União Europeia para barrar o apoio russo aos separatistas do leste ucraniano.

A Rússia fornece um terço do gás natural consumido pelos europeus. O setor foi incluído no pacote de sanções, como a restrição de negociação de tecnologias com Moscou, por exemplo.

"A onda de sanções de Bruxelas tem criado barreiras para uma maior cooperação com a Rússia numa esfera tão importante como a de energia. É um passo impensado e irresponsável que conduzirá inevitavelmente a um aumento dos preços no mercado europeu", diz o governo russo.

Dois comunicados foram divulgados pelo Ministério de Relações Exteriores. Um deles, específico sobre os Estados Unidos, diz que é possível enxergar "elementos de comércio sem escrúpulos e competição econômica" nas ações do governo de Barack Obama. Diz, ainda, que a política americana é "míope" e que as sanções são "ilegítimas" e "destrutivas".

As novas medidas --as mais duras contra a Rússia desde o fim da Guerra Fria, em 1991-- buscam afetar as áreas de energia, tecnologia, finanças e defesa. A estratégia é enfraquecer o apoio do país aos rebeldes ucranianos.

"Os EUA querem apenas evitar a responsabilidade pelos trágicos acontecimentos na Ucrânia", afirma o governo russo, que acusa os americanos de apoiarem a Ucrânia no conflito com rebeldes pró-Moscou.

As potências também acusam Moscou de não ter pressionado os separatistas a facilitar o acesso ao local onde caíram os destroços do avião com 298 pessoas a bordo, provavelmente abatido por um míssil lançado pelos rebeldes. O presidente russo, Vladimir Putin, ainda não se pronunciou.

Uma das sanções é a restrição dos bancos russos para operar no mercado europeu e nos Estados Unidos. Três deles não poderão realizar financiamentos a longo prazo em território americano: VTB, Bank of Moscow e Russian Agricultural Bank.

Instituições bancárias da Rússia estão proibidas de rolar dívidas ou fazer qualquer outro tipo de captação de recursos com bancos europeus pelos próximos três meses.

Mais cedo, o vice primeiro-ministro, Dmitry Rogozi, usou um tom de ironia ao comentar a decisão americana de bloquear ativos da United Shipbuilding Corporation, uma das principais empresas russas de construção militar.

"É um sinal claro de que a construção naval militar russa está se tornando um problema para os inimigos da Rússia", disse, por meio de sua conta no Twitter.

Também pelo Twitter, o presidente do comitê de Relações Exteriores do Parlamento, Alexei Pushkov, afirmou que as pessoas já esqueceram que Obama ganhou um Nobel da Paz (em 2009). "Obama não vai para a história como pacificador, mas como quem começou uma nova Guerra Fria", disse.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página