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Análise
Sanções buscam comprometer futuro energético de Moscou
DO "NEW YORK TIMES"Ao anunciar sanções coordenadas, os líderes dos EUA e da Europa foram além das iniciativas anteriores contra os setores dos bancos e da defesa, num esforço para reduzir o acesso da Rússia à tecnologia ocidental para explorar novas reservas de óleo no Ártico, no pré-sal e de óleo de xisto. A finalidade não foi inibir a produção atual de óleo, mas complicar o futuro energético da Rússia.
A nova estratégia mirou diretamente a base econômica da Rússia, que possui as maiores reservas mundiais de óleo e de gás.
O crescimento da indústria petrolífera nas duas últimas décadas alimentou o ressurgimento econômico e geopolítico russo desde a queda da União Soviética e enriqueceu aliados do presidente Vladimir Putin. A Rússia extrai cerca de 10,5 milhões de barris de petróleo por dia, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Arábia Saudita.
O bloqueio de tecnologia pode ser importante porque a Rússia se encontra nas etapas iniciais do desenvolvimento de novos recursos árticos, no pré-sal e de xisto. A maioria da produção atual vem de reservas da Sibéria, parcialmente esgotadas.
As ações de ambos os lados do Atlântico visaram demonstrar solidariedade diante do que autoridades americanas e europeias dizem ser uma interferência da Rússia no leste da Ucrânia.
Líderes europeus tinham resistido até agora ao tipo de ações mais amplas que acordaram na terça-feira (29), e a decisão de adotar as ações refletiu o receio crescente de que a Rússia esteja não apenas ajudando os separatistas na Ucrânia, mas envolvendo-se diretamente nos combates.
As sanções podem entrar em vigor já em 1º de agosto, embora as formalidades legais provavelmente levarão mais tempo para ser concluídas, segundo autoridades.