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Foco

Criança ganha arma dos pais em livro infantil americano

Obra que incentiva o porte em locais públicos causa polêmica nos EUA e entra para lista de mais vendidos no site da Amazon

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

Em um livro infantil que tem gerado polêmica nos Estados Unidos, a protagonista Brenna Strong, 13, ganha dos pais uma arma de fogo por ter notas altas na escola.

Brenna não estranha a rotina dos pais, que, sempre antes de sair de casa, retiram suas armas de um cofre e checam se estão carregadas antes de colocá-las na cintura.

"O papai diz: Brenna, há muita maldade neste mundo, e queremos te proteger da melhor forma (...) Quando é uma questão de segundos, a polícia está a minutos de distância", diz um trecho de "My Parents Open Carry" (meus pais portam armas em público, em tradução livre).

O livro, de 2011, ganhou visibilidade após ser citado na última semana em programas de TV como o humorístico "The Colbert Report".

"É uma bela história de ninar: O mundo está cheio de maníacos que querem te fazer mal, e a polícia não pode te ajudar. Boa noite, querida'", brincou Stephen Colbert.

A publicação entrou para a lista de 50 livros infantis sobre educação mais vendidos da Amazon.

Um dos autores, Brian Jeffs --que ensinou a filha, Brenna, a atirar aos cinco anos com uma arma de brinquedo em seu Estado, Michigan--, disse ter se surpreendido com o aumento nas vendas, três anos após a publicação pela White Feather Press, uma pequena editora conservadora.

"Resolvemos escrever sobre isso porque sempre víamos o mesmo tipo de questionamento, mas nunca num livro para crianças", disse Jeffs à Folha. "É preciso que as crianças saibam que as armas são ferramentas, que devem ser usadas da maneira correta, com segurança."

Hoje, 44 dos 50 Estados americanos permitem o porte de arma em público (em 30 não é preciso nem sequer permissão). Ativistas contra as armas culpam essa facilidade pela ocorrência periódica de massacres, como o ocorrido em uma escola primária de Newtown, em 2012, que deixou 26 mortos.

O livro --que traz ilustrações da família Strong fazendo compras no mercado com as pistolas na cintura e dos pais atirando com a filha-- é recomendado pelos dois autores a professores de escolas em todo o país.

"Este livro é um excelente texto para ser usado como ponto de partida para a discussão da Segunda Emenda [que garante o direito ao porte de armas]", asseguram os autores no texto de introdução da obra.


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