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Israel ataca líder do braço militar do Hamas
Bombardeio mata familiares de terrorista
Um ataque aéreo israelense matou a mulher e o filho do líder do braço armado do Hamas, Mohamed al-Deif, na noite de terça (19). Não ficou claro se o militante palestino foi morto pelo bombardeio.
Segundo o Hamas, Deif não estava na casa atingida, na Cidade de Gaza. O grupo desmentiu a informação publicada pelo canal de televisão "Fox News", que noticiou a morte do militante.
"Os líderes do inimigo estavam em seus escritórios, olhando para as telas, e seu aparato de inteligência os fez acreditar que o momento de celebração era iminente", disse um porta-voz do Hamas, em comunicado. "Vocês falharam", completou.
O porta-voz disse que o Hamas chamou de volta sua delegação que negociava um acordo com Israel no Egito.
Questionado se Deif era o alvo do bombardeio, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, disse apenas que "líderes de organizações terroristas são alvos legítimos".
O primeiro-ministro mostrou pouca disposição para retornar às negociações após a quebra do cessar-fogo, que ocorreu nesta terça.
"Não vamos parar [a operação] até garantirmos segurança e tranquilidade completas aos residentes do sul de Israel", disse Netanyahu.
O Exército de Israel diz ter realizado cerca de 100 ataques aéreos desde o fim da trégua. Os palestinos teriam lançado mais de 140 foguetes, e ameaçaram voltar a atacar o aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv.
'NOVE VIDAS'
Mohamed al-Deif, comandante das Brigadas Ezedin al-Qassam --nome do braço militar do Hamas--, é um homem procurado por Israel há cerca de 20 anos.
Desde os anos 1990, o Exército israelense tentou matá-lo diversas vezes. Em um ataque aéreo em 2003, Deif ficou gravemente ferido.
A sobrevivência às tentativas de assassinato deu ao militante o apelido de "gato de nove vidas", entre seus inimigos e admiradores.
Nascido no campo de refugiados de Khan Yunis, em Gaza, em 1965, Deif esteve por trás de operações do Hamas por mais de 20 anos. Planejou atentados suicidas, a captura de soldados e a construção de túneis subterrâneos.
Milhares de pessoas foram ao funeral de sua mulher e de seu filho, nesta quarta (20).
