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Biometria irá restringir compras na Venezuela
Governo tenta frear crise de abastecimento
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou em discurso na noite de quarta (20) que irá criar um sistema de controle biométrico para restringir a venda de produtos nos supermercados e atacadistas do país.
Desde 2013, a Venezuela vive uma crise de abastecimento em razão da escassez de produtos que vão desde papel higiênico e óleo de cozinha até margarina e farinha de milho, o principal ingrediente da arepa, base da alimentação dos venezuelanos.
Para tentar contornar a situação, o governo importou alguns dos produtos, mas em quantidade insuficiente.
Para Maduro, o novo sistema vai evitar o contrabando de alimentos para a vizinha Colômbia, onde alguns dos produtos são mais caros.
Todos os consumidores serão obrigados a verificar suas impressões digitais antes da compra. O mesmo comprador não poderá adquirir o mesmo produto duas vezes na semana. Maduro não revelou quais mercadorias serão submetidas ao controle.
O governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, opositor de Maduro, criticou a medida nesta quinta (21). "Com os leitores de impressão digital que agora querem impor para comprar alimentos só haverá mais corrupção", afirmou.
"Longe de resolver a crise que afeta todos os venezuelanos, a instalação desse sistema será um negócio que vai encher os bolsos daqueles que instalarem as máquinas", acrescentou Capriles.