Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Avança diálogo entre as Farc e Colômbia

Representante do governo na mesa de negociações fala em 'sérias possibilidades' de encerrar conflito de 50 anos

Pela primeira vez desde início dasconversas, há dois anos, militares e guerrilheiros sentaram-se frente a frente

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O chefe da delegação do governo da Colômbia que negocia a paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Humberto de la Calle, afirmou nesta sexta (22) que o processo entra em "momentos decisivos" e que há "sérias possibilidades" de encerrar o mais longo conflito latino-americano, que já dura 50 anos e matou 200 mil pessoas desde 1964.

Pela primeira vez, militares das Forças Armadas colombianas sentaram-se frente a frente com guerrilheiros na mesa de negociação, que visava discutir a reparação às vítimas do conflito.

De la Calle falou em entrevista coletiva após o fim da atual rodada de negociações, que acontecem desde o último dia 12 em Havana, Cuba.

"É de um valor inegável que pela primeira vez representantes ativos das Forças Armadas se sentem em igualdade de condições para iniciar as discussões", disse o chefe negociador das Farc, Iván Márquez.

As conversas serão retomadas no início de setembro. O objetivo é avançar para um cessar-fogo definitivo e o desarmamento das Farc.

"Não estamos negociando um cessar-fogo agora", afirmou De la Calle. "A comissão está limitada a preparar possíveis futuros mecanismos que somente entrarão em vigor quando atingirmos um acordo final."

Na mesa de negociações, os militares são liderados pelo general Javier Florez, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do país.

Florez participou de diversas operações militares contra a guerrilha, incluindo as que mataram o chefe militar das Farc, Jorge Briceño, em 2010, e Alfonso Cano, seu principal líder, em 2011.

De la Calle, que foi vice-presidente na gestão de Ernesto Samper (1994-1998), indicou que "por razões óbvias" os militares devem estar presentes, algo que aconteceu "em todos os processos de paz sérios e exitosos do mundo".

Para ele, a verdade é um "direito" de todos os colombianos, especialmente das vítimas, mas "não há uma verdade única" do conflito.

Nesta quinta (21), foi instaurada a Comissão Histórica sobre o Conflito e suas Vítimas, formada por 12 acadêmicos que irão elaborar um relatório final.

Segundo De la Calle, ela estabelecerá responsabilidades individuais, já que seu trabalho "não substitui" o de uma futura Comissão da Verdade.

DIÁLOGO

O diálogo foi iniciado em novembro de 2012 pelo presidente colombiano Juan Manuel Santos, reeleito em junho após uma disputa acirrada com o candidato conservador Óscar Iván Zuluaga, que criticava as negociações e ameaçava encerrá-las caso eleito.

As Farc pediram um cessar-fogo bilateral durante as negociações, o que foi rejeitado pelo presidente Santos, que citou uma tentativa anterior de conversações entre 1999 e 2002, quando a guerrilha usou o cessar-fogo para se rearmar.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página