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Ucranianos acusam Rússia de cruzar a fronteira e fazer ataques
Russos teriam iniciado nova frente de combate em Novoazovsk, segundo governo de Kiev
Autoridades ocidentais chamam operação de 'invasão camuflada'; Moscou nega atuação militar no país vizinho
Tanques, infantaria e artilharia russos teriam entrado em uma parte da Ucrânia até então não violada e atacaram forças ucranianas.
A operação foi classificada de "invasão camuflada" por autoridades ocidentais e ucranianas, nesta quarta (27).
Os ataques diante da cidade fronteiriça de Novoazovsk abriram uma terceira frente de guerra no leste da Ucrânia entre forças do governo e os separatistas pró-russos, além dos combates em curso em torno de Donetsk e Lugansk.
Exaustos e deprimidos, os soldados ucranianos que estavam fugindo de Novoazovsk em busca de posições mais seguras disseram que estavam sendo massacrados por forças vindas da Rússia.
Um porta-voz das forças armadas ucranianas disse que o Exército continuava a controlar Novoazovsk, mas que 13 soldados haviam morrido.
O movimento dá força a afirmações da Ucrânia e do Ocidente de que a Rússia, a despeito de seus constantes desmentidos, orquestra uma nova contraofensiva para ajudar os separatistas da República Popular de Donetsk.
Os combatentes estão cercados e sofrem com os avanços de militares ucranianos nas últimas semanas.
O governo americano disse na terça-feira (26) que os russos haviam enviado colunas de tanques e blindados ao lado oposto da fronteira.
Já a chanceler alemã, Angela Merkel, ligou para o presidente russo, Vladimir Putin, para pedir explicações sobre as tropas na Ucrânia.
A Rússia vem apoiando um avanço separatista rumo à cidade de Mariupol, grande porto no Mar de Azov, de acordo com autoridades ucranianas e ocidentais.
O objetivo russo, segundo um funcionário ocidental, é abrir uma nova frente que desvie as forças ucranianas de Donetsk e Lugansk e possivelmente capturar uma saída para o mar.
DIPLOMACIA
Putin e o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, se encontraram em uma cúpula diplomática em Minsk, capital de Belarus, na terça (26).
Putin disse que o governo ucraniano deve dialogar com os rebeldes. Já Poroshenko defendeu o desarmamento das forças separatistas e pediu ajuda internacional para o controle da fronteira.
A Rússia nega que tenha interferido militarmente na Ucrânia, e os separatistas dizem estar usando equipamento ucraniano capturado.
Autoridades americanas dizem que os separatistas não têm experiência nas armas usadas nos combates.
Na segunda (25), a Ucrânia divulgou vídeos do interrogatório de soldados russos detidos em território ucraniano. A Rússia confirma a detenção, mas diz que os militares entraram "por acidente".