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Manifestantes contra o governo invadem TV estatal no Paquistão
Protestos pedem renúncia do primeiro-ministro Nawaz Sharif
Após um fim de semana marcado por violentos protestos na capital paquistanesa, Islamabad, manifestantes antigoverno invadiram a sede da televisão estatal do país e cortaram temporariamente o sinal do canal, nesta segunda-feira (1º).
O Exército do Paquistão e forças paramilitares tiraram cerca de 400 manifestantes do prédio da Paquistão Televisão (PTV), restabelecendo a programação.
Os protestos pedem a renúncia do primeiro-ministro, Nawaz Sharif, alegando fraude eleitoral no pleito que o levou ao poder há pouco mais de um ano. O premiê teve uma vitória esmagadora nas urnas.
Os manifestantes que saem às ruas são liderados pelos oposicionistas Imran Khan, político e ex-jogador de críquete, e o clérigo muçulmano Mohamed Tahir-ul Qadri.
No fim de semana, manifestantes e policiais se confrontaram no centro de Islamabad, perto de edifícios governamentais e embaixadas. Três pessoas morreram e centenas ficaram feridas.
Sharif, por sua vez, disse que os pedidos para que renuncie são "inaceitáveis" e "inconstitucionais".
O ministro da Defesa, Khawaja Mohamed Asif, disse que o governo deverá agir mais duramente na repressão às manifestações.
"Se não houver prisões em massa, o uso seletivo da força será usado", disse.
O Exército pede que o governo encontre uma solução negociada para a crise e alerta contra o uso da força para a contenção de protestos.
A intervenção dos militares no processo político é vista com desconfiança, já que o Exército conta participações frequentes em golpes de Estado. O próprio Sharif já havia sido tirado do poder pelos militares, em 1999.
