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Após decapitação, Cameron promete perseguir milícia

Premiê britânico descartou, porém, envio de tropas contra o Estado Islâmico, evitando possível desgaste

David Haines, britânico que era voluntário na Síria, foi o terceiro a ser morto desta maneira pela facção radical

LEANDRO COLON DE LONDRES

O governo do Reino Unido declarou neste domingo (14) que vai "perseguir" os responsáveis pela morte do britânico David Haines, 44, mas descartou enviar tropas para combater a facção radical Estado Islâmico.

O discurso do premiê David Cameron é calculado, diante do desgaste político em agir militarmente e do alto risco de outro refém britânico, Alan Henning, 47, ser a próxima vítima da milícia que age na Síria e no Iraque.

Henning, que era voluntário na região de conflito, aparece no vídeo divulgado sábado (13) que revelou a decapitação de David Haines.

O governo confirmou a autenticidade da gravação que mostra a morte de Haines, sequestrado na Síria em 2013 quando atuava em assistência humanitária.

Ele foi o terceiro a ser morto desta maneira, depois dos jornalistas americanos Steven Sotloff e James Foley.

O presidente Barack Obama, condenou o "assassinato bárbaro" do refém.

O Conselho de Segurança da ONU afirmou que o assassinato foi um "ato vil e covarde" e instou as nações a lutar contra o EI, a Frente Al-Nusra e outros grupos jihadistas

Segundo o governo dos EUA, países árabes se colocaram à disposição para ajudar nos ataques aéreos contra o EI, embora qualquer ação neste sentido dependa da aprovação do Iraque.

A Austrália anunciou o envio de 600 soldados para auxiliar as forças americanas.

Na gravação que mostra a decapitação do refém, intitulada "Uma mensagem para aliados da América", o nome de Cameron, aliado dos EUA, é mencionado quatro vezes.

O primeiro-ministro disse que fará de tudo para punir os autores da decapitação, a quem classificou de "monstros". "Nós vamos perseguir os responsáveis e levá-los à Justiça não importa quanto tempo isso leve", disse.

Entretanto, foi cauteloso ao falar sobre o envio de forças militares para atacar o Estado Islâmico: "Não se trata de pôr tropas britânicas no solo, mas, sim, de trabalhar com outros para extinguir essa ameaça terrorista".

O primeiro-ministro britânico vive um dilema. Ele tem sido pressionado por alguns líderes a aderir aos ataques aéreos dos Estados Unidos na região, ainda mais agora com a decapitação de um refém de seu país.

São diversos fatores que o levam a resistir, entre eles a falta de apoio popular para entrar em um conflito, sobretudo depois do fracasso político há exatamente um ano, quando foi derrotado pelo Parlamento ao propor o envio de tropas à Síria.

Além disso, a crise se instala numa semana decisiva para seu governo: o plebiscito de independência da Escócia, na quinta-feira (18).

Impopular entre os escoceses, Cameron tenta evitar que a onda pelo voto a favor da separação ganhe força e saia vitoriosa nas urnas, o que seria um desastre político.

Diante desse contexto, coube a ele declarar que tomará medidas para manter a segurança do Reino Unido e ajudar a combater a facção radical, seja apoiando a ação dos Estados Unidos, seja reforçando o esforço de ajuda humanitária às vítimas do conflito.


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