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Kiev propõe autonomia a separatistas
Presidente da Ucrânia defende regime de autogoverno em regiões do leste, mas exige que rebeldes se desarmem
Plano é publicado em meio a hostilidades no leste do país, apesar da vigência de um acordo de cessar-fogo
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, enviará ao Parlamento do país um plano que dá mais autonomia às regiões de Donetsk e Lugansk, dominadas por rebeldes separatistas.
O projeto, divulgado pela imprensa local nesta segunda (15), institui três anos de regime especial de autogoverno às áreas. Se aprovado, contará com anistia a rebeldes não envolvidos em "delitos graves" ou na derrubada do avião da Malaysia Airlines, em 17 de julho.
A nova lei permitiria ainda que os insurgentes formassem suas próprias forças policiais e realizassem eleições locais em novembro.
Também será garantido o uso do idioma russo nas regiões, uma das demandas dos insurgentes pró-Rússia.
Em contrapartida, Kiev exige dos rebeldes que abandonem as armas em um prazo de um mês, deixem edifícios administrativos e libertem os reféns em seu poder.
Não está certo se o projeto será bem recebido no Parlamento ucraniano.
O plano foi publicado em meio a hostilidades em Donetsk. Houve troca de ataques em diferentes pontos da cidade, incluindo as cercanias do aeroporto, controlado pelas forças do governo ucraniano.
Segundo autoridades locais, seis pessoas morreram e 15 ficaram feridas nos confrontos, marcando o dia mais violento desde que um cessar-fogo foi acordado, no dia 5 de setembro.
De acordo com o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, há cerca de mil soldados russos em território ucraniano.
Pelo telefone, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse ao presidente russo, Vladimir Putin, que a retirada das tropas russas da Ucrânia é essencial para o fim da crise.
Na região oeste da Ucrânia, perto de Lviv, a Otan deu início a um exercício militar de treinamento com 1.300 soldados, o que aumenta a atenção da Rússia às atividades da aliança ocidental no país.