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China aplica multa recorde a farmacêutica

Britânica GlaxoSmithKline foi condenada a pagar 3 bilhões de yuans (R$ 1,15 bi) por subornar médicos e hospitais

Companhia é a 6ª maior do setor no mundo e é responsável por pesquisas como a da vacina contra o ebola

MARCELO NINIO DE PEQUIM

A Justiça chinesa aplicou a multa recorde de 3 bilhões de yuans (R$ 1,15 bilhão) na farmacêutica britânica GSK (GlaxoSmithKline) por subornar médicos e hospitais para usar seus produtos e forçar altas de preços.

A corte da cidade de Changsha, no sul do país, também condenou à pena de três anos --com suspensão-- o ex-chefe da GSK na China, o britânico Mark Reilly. Ele deve ser deportado do país. Outros quatro executivos da empresa também receberam penas de prisão sob suspensão, de dois a cinco anos.

Foi a maior multa já aplicada por um tribunal chinês e reflete a crescente pressão sofrida por empresas multinacionais no país. Nas últimas semanas, várias firmas estrangeiras foram alvo de investigações antitruste. A GSK aceitou o veredito e emitiu um pedido de desculpas "ao governo e ao povo da China".

No ano passado, um executivo chinês da farmacêutica detido por corrupção apareceu na TV estatal para contar como a empresa subornava autoridades do setor de saúde para aumentar preços de remédios.

Foi apenas uma da série de confissões públicas de executivos chineses e estrangeiros, que geraram críticas aos métodos de coação usados pelas autoridades locais.

A investigação sobre a GSK foi anunciada em julho de 2013 e tornou-se o maior escândalo de corrupção envolvendo uma firma estrangeira na China desde o caso da mineradora australiana Rio Tinto, em 2009, que terminou com quatro executivos condenados a penas entre quatro e sete anos de prisão.

Após mais de um ano de investigações, a GSK foi acusada de ter lucrado US$ 150 milhões ilegalmente. "A empresa subornou, de diversas formas, funcionários de instituições médicas em todo o país, e as quantias envolvidas eram enormes", disse a corte chinesa na sessão a portas fechadas, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua.

DESCULPA

Preocupada em não perder o gigantesco mercado chinês, a farmacêutica britânica admitiu que limpar sua imagem no país será difícil.

"A GSK refletiu profundamente e aprendeu com seus erros, tomou atitudes para corrigir os temas identificados nas operações na China e precisa trabalhar duro para recuperar a confiança do povo chinês", destacou a empresa, num comunicado.

As práticas da farmacêutica no exterior também são alvo de investigações nos EUA e no Reino Unido.

A GSK é a sexta maior farmacêutica do mundo, responsável por pesquisas como a da vacina atualmente testada contra o vírus ebola.

Embora recorde, a multa aplicada pela Justiça chinesa equivale a apenas 4% dos lucros da empresa em 2013, segundo a agência Reuters.


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