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Após impasse, Afeganistão tem novo líder

Candidatos acertam trégua; Ashraf Ghani é declarado presidente, e rival Abdullah Abdullah deverá ser premiê

Encerrado em junho, pleito teve acusação de fraude de ambas as partes; ONU e EUA lideraram auditoria

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O economista Ashraf Ghani, 55, foi declarado no domingo (21) o vencedor das eleições presidenciais do Afeganistão pela Comissão Eleitoral Independente do país.

A porcentagem de votos obtida por cada candidato no pleito, cujo segundo turno ocorreu em junho, não foi revelada pelo órgão, ainda que o resultado tenha sido fruto de uma auditoria custeada pelos Estados Unidos e observada pela ONU.

O anúncio foi feito poucas horas depois de Ghani ter assinado um acordo para um governo de união com o rival Abdullah Abdullah, que contestava a validade das eleições. Será a primeira vez que haverá passagem democrática de poder no Afeganistão.

O diretor da Comissão, Ahmad Yusaf Nuristani, reconheceu que o processo eleitoral teve problemas graves e disse que mesmo uma auditoria realizada pela ONU não conseguiu detectar todas as falhas. "Durante a eleição, os dois lados cometeram fraudes preocupantes", afirmou.

Os votos de 1.260 dos 23 mil locais de votação foram considerados inválidos e descartados por suspeita de manipulação.

PODERES DIVIDIDOS

Apesar de ter vencido a disputa para o cargo máximo do Executivo afegão, Ghani --que foi ministro das Finanças do país entre 2002 e 2004-- dividirá seus poderes com Abdullah, que será nomeado para ocupar o cargo de chefe-executivo, equivalente ao de primeiro-ministro.

O novo cargo tem poderes substanciais e chefia uma nova estrutura governamental, chamada Conselho dos Ministros, mas não subtrai nenhum poder atribuído ao presidente pela Constituição.

Em cerimônia realizada no palácio do atual presidente Hamid Karzai neste domingo (21), os dois candidatos assinaram o acordo que sacramentou o governo de união, se abraçaram e deram um aparente fim à crise política que se instalou no país.

O presidente Karzai comemorou o acordo e disse que ele favorecerá o "progresso e o desenvolvimento do país".

Um porta-voz de Abdullah afirmou que a posse do novo presidente estava "prevista para os próximos dias".

Em comunicado, os Estados Unidos também aprovaram o documento assinado. "Este acordo marca uma importante oportunidade para unidade e crescente estabilidade no Afeganistão", disse a Casa Branca.

O presidente americano, Barack Obama, havia telefonado para os dois candidatos ao menos seis vezes nos últimos meses.

Esta será a primeira troca de presidentes desde que o grupo radical Taleban foi tirado pelos EUA do poder em 2001. Karzai, cuja relação com Washington era turbulenta, comandava o país desde então. Os EUA afirmam que a retirada de suas tropas no Afeganistão será finalizada durante o ano de 2016.

A CRISE

Durante todo o processo eleitoral, os dois candidatos trocaram acusações de fraude no pleito. Abdullah liderou a votação no primeiro turno, mas Ghani acabou, de acordo com resultados preliminares, vencedor no segundo. Abdullah então alegou fraude nos dados divulgados e ameaçou se retirar do processo eleitoral.

Em meio às polêmicas, a Organização das Nações Unidas e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, negociaram para que fosse feita uma auditoria dos cerca de 8 milhões de votos computados. Os resultados da auditoria não foram divulgados.


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