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Novo iPhone 6 bloqueia acesso da espionagem americana
Blindagem do telefone preocupa agências de inteligência
Clientes devotos dos produtos da Apple estão preocupados em saber se o novo iPhone 6 caberá no bolso de suas calças. A Agência Nacional de Segurança americana (NSA) tem uma preocupação diferente: o fato de que o smartphone é o primeiro de uma geração pós-Snowden de equipamentos que irá atrapalhar suas capacidades de investigação.
O telefone criptografa e-mails, fotos e contatos com base em um algoritmo matemático complexo que usa um código único e criado pelo usuário do telefone -e que a Apple diz que não vai possuir.
O resultado é que, se a Apple receber uma ordem judicial exigindo que o conteúdo de um iPhone 6 seja fornecido para as agências de inteligência, ela dirá que os investigadores terão de quebrar o código ou obtê-lo com o dono do telefone.
Quebrar o código, de acordo com a Apple, pode levar "mais de cinco anos e meio".
O diretor do FBI, James B. Comey, disse em entrevista coletiva na quinta-feira (25) que o preocupa "que empresas façam propaganda de algo que permita às pessoas se manterem fora da lei".
Funcionários das agências de inteligência dizem temer que a ação da Apple seja a primeira de várias novas tecnologias claramente destinadas a derrotar não só a NSA, mas também todas as ordens judiciais para entregar informações a essas agências.
"Os terroristas vão descobrir isso, e também criminosos experientes e ditadores paranoicos", disse um oficial da inteligência americana, "e manterão seus dados apenas no iPhone 6".