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Líder afegão defende diálogo com Taleban

Ashraf Ghani pede ajuda à população para negociar com radicais e assina acordo de assistência militar da Otan

Novo presidente forma coalizão com principal rival, após pressão da ONU e dos EUA para dar fim a crise política

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O novo presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, 65, assumiu o cargo nesta segunda-feira (29) defendendo o diálogo com o grupo armado Taleban e a ajuda militar da Otan, cujas tropas estão no país há 13 anos.

Em discurso na cerimônia de posse, ele pediu ajuda aos cidadãos e aos líderes religiosos islâmicos para tentar negociar com os extremistas.

"Nós solicitamos a todos os cidadãos que peçam a paz. Pedimos a todos os eruditos muçulmanos que aconselhem os talebans e, se eles não escutarem seus conselhos, cortem as relações".

Como primeiro ato, ele assinou o acordo para manter a ajuda militar da Otan ao país após a saída das tropas da coalizão, em dezembro.

A aprovação do documento era pedida pelos Estados Unidos e seus aliados para manter a assistência militar às forças afegãs.

Porém, sua assinatura foi protelada por meses por seu antecessor, Hamid Karzai, o que aumentou a oposição americana ao ex-presidente.

A cerimônia aconteceu sob forte esquema de segurança em Cabul. Mesmo assim, não evitou que o Taleban detonasse um carro-bomba contra um posto de controle militar perto do aeroporto da capital, deixando quatro mortos.

Para o Taleban, o novo presidente é "um funcionário dos Estados Unidos", assim como consideravam Karzai.

A relação com o governo americano foi o motivo pelo qual o grupo armado nunca conseguiu manter uma negociação longa nos oito anos de mandato do ex-presidente.

CRISE POLÍTICA

A posse de Ghani é a primeira transição democrática na história do Afeganistão. No entanto, o processo para que ele chegasse ao comando do país foi conturbado.

Tanto ele como seu rival na eleição, Abdullah Abdullah, reivindicaram a vitória no pleito de abril. Isso deu origem a uma crise que estimulou a ação dos extremistas e piorou a economia.

Sob pressão da ONU e dos EUA, os dois aceitaram na semana passada formar um governo de união. Nele, Abdullah terá um papel similar a um primeiro-ministro.

A relação entre os adversários e a escolha do gabinete provocam ceticismo de analistas e da população. Ambos temem que o governo tenha pouca força para perdurar.


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